Pesquisa provoca polêmica ao ligar beleza à inteligência

REINO UNIDO. ntipatia e incredulidade foram as reações ao resultado de uma pesquisa realizada pela Escola de Economia de Londres, no Reino Unido, que constatou que o Quociente de Inteligência (QI) das pessoas bonitas seria acima da média.

Para os pesquisadores, a característica física estaria associada ao nível de inteligência. Mas, para as pessoas entrevistadas  a conclusão não procede.


A oceanógrafa Rita Melo, 24, discorda totalmente do estudo. "O componente genético não tem ligação", opina. Ela acredita que as relações sociais e familiares, sim, são fatores que influenciam a inteligência de uma pessoa.


Ammy Ferber Naves, 76, formada em educação física, e as donas de casa Amaryllis Costa, 80, e Acy Ferber Pereira, 75, também discordam da pesquisa da escola londrina. "A inteligência pode estar no belo e no feio", opina a primeira.


Yarananda Vilaça, 24, turismóloga, compartilha da opinião sobre a beleza não estar relacionada à inteligência. Ela considera que, em um primeiro momento, as pessoas mais bonitas podem ter algumas facilidades por serem mais bem quistas, mas é a simpatia o fator predominante.


O estudante Pedro Naves Nogueira, 20, e o músico Rafael Loureiro, 25, também não foram favoráveis à avaliação. Rafael, inclusive, cita o exemplo de pessoas mais aplicadas nos estudos, os nerds, que raramente têm o estereótipo associado à beleza física.


ESTUDO. A pesquisa, sob a responsabilidade de Satoshi Kanazawa, avaliou 52 mil pessoas no Reino Unido e nos Estados Unidos. Os resultados indicam que homens considerados inteligentes possuem um QI 13,6 pontos acima da média. Já as mulheres inteligentes demonstraram QI 11,4 pontos acima da média. Segundo o pesquisador britânico, como a inteligência é um fator para o sucesso, as pessoas do sexo masculino teriam maior probabilidade de se unirem a mulheres bonitas. Assim, seus descendentes seriam, também, belos e inteligentes.


Porém, Kanazawa alerta que a pesquisa científica não serve para determinar que os tratamentos interpessoais sejam segregadores por conta da beleza ou da inteligência de alguém.


O professor de genética da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG) Eduardo Tarazona pondera que a beleza é um elemento relativo para povos diferentes. "Cada cultura tem suas próprias definições de beleza", explica.


Tarazona lembra que a faixa etária também é determinante para mudar o conceito de beleza e que o ambiente em que a pessoa se desenvolveu e foi criada são a base fundamental para a formação da inteligência.



fonte: O tempo

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