Professora deixa policial baleado e comete suicídio

 

m_veYkSProfessora_Katia Supostamente em depressão há anos, a professora Kátia Ribeiro Braga Chaves, de 37 anos, tomou a mais desesperada das atitudes no início da madrugada desta sexta-feira (29). Ela foi à Delegacia de Timóteo, situada na Avenida Efigênia Pereira Bitencourt, no Bairro Timirim, e cometeu suicídio depois de balear uma agente da Polícia Civil. Kátia deixou uma carta de despedida à família na qual revela que foi a quinta vez que tentou se matar e que a arma que utilizou pertence ao seu marido.
Segundo o que registrou a Polícia Militar, pouco depois da meia-noite a professora chegou à Delegacia de Polícia Civil e seguiu em direção à agente Priscila Dominique Matheus, 35, que trabalhava no plantão. Kátia disse que precisava registrar uma ocorrência. Priscila teria informado que não era possível realizar o procedimento naquele horário e que ela teria que voltar durante o expediente administrativo.
Diante da negativa de não poder registrar a ocorrência, Kátia teria ficado furiosa e dito: “Então vou me matar”. Ela colocou a mão direita dentro de sua bolsa e sacou um revólver. A agente da PC tentou impedir o ato da professora, segurando a arma. Kátia então deu o primeiro disparo e acertou a mão direita de Priscila – que largou o revólver. Em seguida, a professora colocou o revólver no ouvido esquerdo e apertou o gatilho. Ela morreu no local. Priscila teve graves ferimentos no dedo anelar e foi socorrida ao Hospital Márcio Cunha (HMC).
O perito Hebert De Mingo, da 1ª Delegacia Regional de Polícia Civil (1ª DRPC), realizou os trabalhos no local do crime e liberou a remoção do corpo para o Instituto Médico-Legal (IML) de Ipatinga.
Carta
O jornal VALE DO AÇO teve acesso ao conteúdo da carta de despedida que a professora deixou para seus familiares. Dentre outras coisas, ela pede desculpas ao marido por ter se apoderado da arma dele – o revólver calibre 38 que usou pra balear Priscila e em seguida se matar.
Kátia relata que foi a quinta vez que tentou cometer suicídio. A primeira, segundo descrito na carta, aconteceu quando ela tinha 14 anos e ingeriu um coquetel de remédios. Ela conta também que chegou a injetar veneno nas veias.  Casada, a professora era mãe de uma adolescente de 17 anos e trabalha na rede estadual. Kátia chegou à delegacia no Citroen C3 placas HFS-6934, que foi apreendido.
Delegado
O delegado Márcio Rocha acompanhou de perto os trabalhos da perícia e é o responsável por apurar as circunstâncias em que tudo aconteceu. “Kátia veio à delegacia registrar uma ocorrência, falou que tinha um problema muito grave e que era para a plantonista (Priscila) anotar os dados dela. A plantonista falou: ‘Tudo bem senhora, eu vou anotar seus dados. Mas qual é o seu problema?’. A professora disse: ‘Meu problema é muito grave’. Diante disso, ela colocou a mão na bolsa e tirou um revólver calibre 38. Priscila tentou tirar a arma dessa senhora e ela disparou, acertando a mão direita da nossa policial, que caiu. Em seguida, Kátia disparou um tiro na cabeça, vindo a falecer aqui na delegacia”, detalhou o delegado, acrescentando sobre o estado de saúde de Priscila: “Foi um tiro no dedo anelar da mão direita e não há como dizer se Priscila vai perder movimentos ou mesmo o dedo. Mas ela está bem, lúcida e tranqüila”.
Investigação e dono da arma
Conforme Márcio Rocha, um inquérito foi instaurado para a apurar a morte da professora. “Lógico que vai haver uma investigação, mas a cena do crime já diz muita coisa. A carta de despedida pedindo desculpas aos parentes, dizendo que não é a primeira vez que ela tenta cometer suicídio. O tiro de cano encostado no ouvido, que é típico de suicídio. Então todos os indícios indicam que foi um auto-extermínio. Descarto a possibilidade assassinato por todas essas evidências”, comentou o delegado.
Ainda segundo o policial civil, o esposo de Kátia não responderá criminalmente por ser o dono do revólver usado por ela. “Ao marido proprietário da arma não poderá acontecer mais nada, porque se fosse a posse irregular ele poderia ser autuado, mas o revólver não estava mais com ele. A mulher estava com arma. Então se eu atropelei alguém bêbado ontem, eu não posso ser preso duas semanas depois por esse crime. Não tem flagrante de posse de arma”, concluiu Márcio Rocha. 

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