CASO DJ NAYRON UAI: “Vou entregar o filho a ela, vivo ou morto”

Nayron sumiu há mais de um mês

IPATINGA – O delegado Renato Gavião, titular da Delegacia de Furtos e Roubos de Ipatinga, garante que está se empenhado ao máximo em buscas de pistas que ajudem na elucidação do desaparecimento do DJ Nayron Márcio Pereira de Souza, de 20 anos, e do amigo dele, Luiz Paulo Gonçalves, 22. Os dois rapazes sumiram no último dia 19 de janeiro, depois de saírem de um churrasco no Bairro Cariru, em um Ford EcoSport. O carro foi encontrado em Nova Era, perto de uma mata, onde buscas foram realizadas no início desta semana, mas nada foi localizado. “A Polícia Civil vai continuar trabalhando nesse caso. A repercussão é alta, pois envolve um DJ aqui da cidade. Fiz uma promessa para a mãe desse menino: eu vou entregar o filho a ela, vivo ou morto”, declarou Renato Gavião. 

Apesar de ter contado com o apoio de uma equipe do Corpo de Bombeiros de Belo Horizonte – a mesma que trabalhou nas buscas ao cadáver da modelo Eliza Samudio, ex-namorada do goleiro do Flamengo Bruno de Souza –, os policiais de Ipatinga nada encontraram durante a vistoria na mata, em Nova Era. Uma extensa área foi vasculhada durante dois dias. “São os mesmos homens do Corpo de Bombeiros que trabalharam no caso do goleiro Bruno. É também o mesmo cão que ajudou nas buscas pelo corpo de Eliza Samudio. Um labrador muito eficiente. Ele andou sobre toda a área e nada foi encontrado. As buscas pelos corpos naquele local acabaram, mas o trabalho da Polícia Civil ainda não se encerrou. Ainda temos o veículo (Ford EcoSport) para ser trabalhado. Inclusive, ele foi para Belo Horizonte nesta quarta-feira para fazer um exame pericial com aplicação de ‘luminol’. Nossa intenção é achar vestígios de sangue”, discorreu o delegado. Ele informou porque optou por não fazer mais buscas na mata. “O mato ali está muito grande, três, até quatro metros de altura. Ou seja, não há sinal de que pessoas caminharam por aquele local. O cachorro rodou nas áreas que o corpo poderia ser encontrado, mas não havia nenhum vestígio”. 

Luminol é uma substância química que reage em contato com o sangue humano. “Temos outros meios de investigação, que não serão revelados para que tenhamos sucesso na continuidade do nosso serviço. Estamos atrás daqueles que mataram, que cometeram esse homicídio, se é que Nayron e Luiz foram assassinados. Pode demorar um pouco, pois o trabalho da Polícia Civil é mais de investigação, mas posso dizer que vamos chegar à conclusão desse caso”, reforçou o Renato Gavião.  

Local dos assassinatos 
Indagado se o EcoSport teria sido levado para Nova Era apenas para dificultar as investigações, e sobre a possibilidade de Nayron e Luiz terem sido mortos em Ipatinga ou em cidades mais próximas, o delegado rechaçou as hipóteses. “Não acredito muito nessas possibilidades. Mas é lógico que elas podem ter ocorrido. No entanto, porque uma pessoa iria cometer um homicídio em Ipatinga e andar quase 80 quilômetros até Nova Era? Nós temos outras cidades aqui em volta, que poderia despistar o nosso trabalho do mesmo jeito. Porque iam levar o carro logo para Nova Era? Ultrapassando Antônio Dias e correndo o risco de ser pego por policiais rodoviários federais ou militares na estrada?”, analisou o policial civil. 

Boatos
Surgiram informações dando conta que o DJ tinha negócios em Belo Horizonte, que ia constantemente a um shopping popular da capital, e que ele poderia ter sido interceptado durante uma dessas viagens. “Muitos boatos ocorrem. Já disseram que Nayron estava cometendo crimes e também envolvido com drogas. Nós não podemos afirmar isso. Quem pode dizer é o próprio Nayron, e ele não está aqui. Então estão falando que ele ia para Belo Horizonte para pegar coisas ilegais, mas tudo não passa de boatos”, disse o delegado. 

Sofrimento de mãe
Conforme Renato Gavião, a mãe de Nayron, Maria da Penha Pereira, 47, está completamente agoniada com o sumiço do rapaz. “Espero que a sociedade se comova com a mãe, pois a situação dela é muito complicada. Ela chora todos os dias e está realmente acabada, numa situação de desespero. Eu peço também que não fiquem telefonando para essa família no sentido de dar informações sem procedência. Como falei, ocorrem muitos boatos que atrapalham tanto a polícia quanto a família, que não tem sossego. Qualquer informação que você der para uma mãe desesperada vira motivo de esperança. Ela se apega naquela informação, criando mais sofrimento. Inclusive, a avó de Nayron, ele tinha mais contato com ela, também está muito mal”, comentou o delegado. Ele ainda finalizou: “Volto a pedir que não telefonem para a família. Não passem trotes. Quer dar alguma informação? Venha aqui na Polícia Civil. Me procure ou fale com o delegado Ricardo Cesari, que também está no caso, ou mesmo com o próprio delegado regional, João Xingó. Não vou deixar de checar qualquer informação que chegue até a mim”.
fonte: JVA online

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