Adolescentes assumem execução em Fabriciano e dizem que matariam novamente

Equipe do delegado Daniel (D) apresentou os menores
 A equipe do delegado Daniel Araújo apresentou na manhã de ontem (1º) dois adolescentes, ambos com 17 anos de idade, que assumiram a autoria da execução do jovem Douglas Etelvino, 19 anos. Ele foi assassinado anteontem (31) com um tiro à queima roupa, no ouvido esquerdo. O crime aconteceu no bairro Santa Cruz, a poucos metros da rua Venezuela, onde a vítima residia, em Coronel Fabriciano. 
A dupla alegou que vinha recebendo ameaças de Douglas, por isso planejou e executou o jovem. Um dos autores é primo de Douglas e o outro é enteado de Weryclebson Carlos Gonçalves Oliveira, 21 anos, executado no último domingo, também no bairro Santa Cruz, em Coronel Fabriciano. 
Além de contarem detalhes de como planejaram e executaram Douglas, os adolescentes estabeleceram ligação entre as duas últimas execuções ocorridas no bairro Santa Cruz. De acordo com eles, Douglas é quem teria matado Weryclebson. Após o crime, Douglas teria sido assassinado por ameaçar os menores de morte. Eles contaram que chegaram a fazer um revezamento entre eles com a arma, porém apenas um disparo atingiu a vítima. Sem demonstrar arrependimento, eles contaram detalhes dos momentos que antecederam a morte de Douglas. "A gente arrumou para ele um cigarro de maconha e depois chamou a gente para ir naquele lugar lá. Percebemos que ele ia aprontar pra cima da gente e eu saquei a arma e dei um tiro. Depois meu parceiro pegou a arma e falou que era a sua vez e deu outro tiro, enquanto o cara estava correndo. Assim que ele caiu, nos fomos embora", contou o menor, que se mostrou experiente quando o assunto é arma de fogo. "Conheço de arma pois morei muito tempo em Governador Valadares. Eu é quem iria matar o Douglas, pois ele matou o meu cunhado Weryclebson. Não teria feito isso só por causa do meu cunhado. Se o Douglas tivesse me chamado, eu tinha até ajudado ele a matar o Weryclebson. Cobrei vacilo dele por ter me ameaçado de morte. Ele estava achando que era o cara e agora se ferrou. Arrumei um revólver cabeça de touro, calibre 32 e esperei o momento certo",, explicou. 
O outro menor também confessou a participação no homicídio e seguiu a mesma linha de defesa de seu parceiro. "Se a gente não matasse ele, eram nossas mães que estavam lamentando agora a nossa morte. Antes ele do que nós", enfatizou o menor, que há três anos perdeu o irmão Denílson Rodrigues Fernandes, "Frajola", 18 anos. Ele foi baleado por dois homens em frente a um bar na rua Índia, no bairro Santa Cruz. Silviano Inácio Ferreira Valadares, 25 anos, na ocasião foi baleado, porém resistiu ao ferimento. Natanael Alves de Abreu, 22, e um adolescente de 16 anos foram apontados pela polícia como autores do crime.

EXECUÇÕES
Com base nos levantamentos realizados pela Polícia Civil de Coronel Fabriciano, o delegado Daniel Araújo afirmou que 90% dos últimos registros de execuções no município têm como fatores motivadores o uso e o tráfico de drogas. Outro ponto destacado pelo delegado é quanto à identificação dos homicidas. "Dos casos registrados até o momento, oito já têm a autoria definida. A mola propulsora para esses crimes é o tráfico de drogas. No caso específico desses menores que confessaram o assassinato do Douglas, a gente fica sensibilizado e ao mesmo tempo preocupado com postura deles. Em momento algum demonstraram arrependimento e ainda disseram que se forem ameaçados voltam a matar. Isso é reflexo de fatores sociais e familiares. São menores revoltados com tudo. Não há outra saída a não ser a aplicação por parte da Justiça de medidas socieducativas, pois se continuarem nas ruas, podem até ser mortos" observou o delegado. 
(Rodrigo Neto)

Mortes podem ter ligação com vingança
FABRICIANO - Uma pessoa que foi baleada e teve a mulher assassinada em fevereiro do ano passado, ao ter sua casa invadida por um grupo de jovens e adolescentes, está sendo investigada por sua ligação em alguns homicídios em Coronel Fabriciano. A morte de Weryclebson reforça esse posicionamento da Polícia Civil, uma vez que ele figurou como um dos envolvidos nesse caso. 
Na época, Josiane Alves de Oliveira, 29, foi morta ao entrar em defesa de seu companheiro, conhecido pelo apelido de Branco. Luís Felipe Samora dos Santos, 16, foi morto dentro do presídio de Coronel Fabriciano um mês após o sepultamento do corpo de Josiane. Ele era um dos integrantes do grupo responsável pela morte de Josiane. Branco também é suspeito de ter matado Bruno Amarilson da Silva, 18, no dia 28 de março de 2008, na rua Chile, no bairro Santa Cruz. Um desentendimento entre eles resultou no crime.

fonte: Diário Popular

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