Mulher morre e PM encontra R$ 80 mil em sua casa em Dom Cavati

Moradora de Dom Cavati, que vivia sozinha e mantinha rotina miserável, guardava pequena fortuna em residência alugada 


DOM CAVATI – Dois policiais militares que foram atender uma ocorrência no centro de Dom Cavati, nesta quarta-feira (05), por solicitação do serviço de saúde da cidade, tiveram uma surpresa muito grande. Uma mulher que, estranhamente, há três dias não podia ser contatada para atendimento em sua casa, foi encontrada morta dentro do imóvel. Mas, o que é mais extraordinário: ela guardava na residência mais de R$ 80 mil em espécie, embora levasse uma vida que sinalizava para precárias condições financeiras.

A mulher é Maria Luiza da Silveira, de 53 anos, que segundo as primeiras informações seria filha de militar e também teria um sobrinho atuando na PM em Ipatinga (informação que depois foi descartada). A estranheza sobre o que poderia estar acontecendo com ela foi primeiro de funcionários do PSF – Programa Saúde da Família - que procuravam atendê-la, sem sucesso, pedindo apoio à polícia para ter acesso ao interior de sua casa. Ela tinha uma úlcera varicosa na perna esquerda, sendo visitada duas vezes por semana. Contudo, desde segunda-feira não era mais vista.

O soldado Lucas, que foi até a casa, chamou pela mulher, mas como não obteve resposta, foi procurar a dona do imóvel em que ela morava de aluguel. Com a chave de um portão dos fundos, o policial entrou no quintal e então avistou o corpo por uma fresta da porta. Maria Luiza estava caída na cozinha, ao lado do fogão, e a conclusão é de que talvez estivesse morta desde domingo.

Muito dinheiro
Logo que avistou o cadáver, o PM arrombou a porta para entrar. E, ao procurar por documentos da mulher, encontrou jogado no chão do quarto um maço de dinheiro, enrolado em papel sulfite, com a descrição “mil reais”; depois, vários outros foram encontrados no mesmo espaço. Havia dinheiro no chão, em cima da cama e de roupas que estavam espalhadas pelo quarto. Curiosamente, a moradora não tinha sequer um guarda-roupa. 
Ao todo foram recolhidos no imóvel R$ 83.745 em cédulas e R$ 43 em moedas. Havia também um documento parecido com um contracheque da polícia, o que fez supor que ela tivesse algum parente na corporação.
O dinheiro foi recolhido e levado para a delegacia. Um número de telefone levou a uma pessoa chamada Franciele, que se identificou como sobrinha da mulher e se prontificou a tomar outras providências quanto ao enterro. Outros parentes morariam distantes, em São Paulo.

Nem dona do imóvel ela deixava entrar

A técnica em enfermagem Franciele Carolina da Silva Vieira, 21 anos, do PSF, contou que Maria Luiza era uma pessoa tranquila, comunicativa, mas mesmo com o problema na perna que vinha se agravando não permitia a entrada dos agentes em sua casa, e nem aceitava ser medicada por eles. Mesmo assim, duas vezes por semana eles levavam pela ela medicamentos e bandagens, para que usasse no ferimento. Para recusar o atendimento, a mulher dizia sempre que já fazia tratamento com um médico de Inhapim.

A vizinha Maria da Penha Faria Werneck, de 71 anos, disse que a considerava grande amiga, conversava com ela todos os dias, às vezes por mais de uma hora. Também levada alguma comida diferente para ela, e a vasilha nunca voltava vazia. Devolvia com maçã, biscoito, legumes. De qualquer modo, declara que jamais poderia imaginar que Maria Luiza tivesse dinheiro guardado. Solidária às condições precárias da mulher, Maria da Penha chegou a dar uma cômoda para a vizinha guardar as roupas que ficavam em caixas de papelão no chão do quarto. 

A mulher morta também não aceitava que entrasse em sua casa a Vigilância Sanitária e tampouco a dona da casa, que recebia o aluguel do portão. Mesmo sendo amiga, Maria da Penha só entrou na casa quatro vezes, conforme disse. 
Havia também no imóvel duas escrituras de terrenos em Dom Cavati no nome de Maria Luiza (com informações do Diário de Caratinga e assessoria da Polícia Militar).

Fonte: JVA Online

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