Carro usado desvaloriza 5%, mas manutenção está 5% mais cara

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Habituada a trabalhar e resolver os compromissos do dia a dia sem ter carro, a produtora cultural Juliana Braga, 34, conta que prefere pegar táxi ou um transporte público a dirigir. "Ter um carro hoje em dia dá muita despesa. Pagar IPVA, gasolina, seguro, além de outros gastos, é dose; então, ando muito de táxi por conta do meu trabalho e não me faz falta não ter um veículo", afirma a produtora.

Os indicadores comprovam o que a produtora cultural já percebeu. Se, por um lado, o preço de veículos usados vem registrando queda em razão do aumento da oferta, na outra ponta, o custo para rodar com o carro e manter a manutenção preventiva atualizada aumenta mês a mês. De acordo com o último levantamento feito pela agência Autoinforme, especializada no mercado automotivo, a inflação do carro acumulada até outubro foi de 5,17%, puxada pelo setor de serviços. Segundo o portal, itens como estacionamento, balanceamento de rodas, revisões, alinhamento de direção, entre outros, chegaram a ficar até 17,56% mais caros no ano.

Já os produtos - que são todas as peças necessárias para a manutenção do carro - estão acumulando alta de 6,14% no ano, segundo o levantamento. A alta do álcool contribuiu para o aumento da inflação do carro apenas nos últimos meses, pois, no acumulado do ano, os combustíveis (álcool e gasolina juntos) estão em queda de 1,24%. O preço do seguro, que tem bastante peso na composição final dos custos do motorista, acumula alta de 4% no ano.

Para o diretor da Autoinforme, Joel Leite, o ideal é trocar o veículo, pago à vista, de três em três anos. Já para quem deseja comprar um veículo seminovo, segundo o especialista, o importante é observar a quilometragem. "Um veículo que rodou até 40 mil km é um carro inteiro, desde que passe por uma revisão de um mecânico de confiança", afirma.

Apesar do preço mais atrativo, o seminovo perde para o veículo 0 km em função das condições de pagamento, o que explicaria a queda de preços. No acumulado do ano, a desvalorização do carro usado já atinge 5,12%, segundo a agência. Já a depreciação do carro 0 Km após um ano de uso chega a 25% em modelos importados. Na categoria popular, a depreciação varia de 10% a 15% no primeiro ano de vida.

"Geralmente, a desvalorização do veículo é mais forte nos primeiros dois anos, depois ela se estabiliza", afirma o vice-presidente do Sindicato da Indústria de Reparação de Veículos e Acessórios de Minas Gerais (Sindirepa-MG), Marco Túlio Starling. Ele defende a manutenção preventiva como forma de evitar o sucateamento do bem. "Quando você troca um carro sem manutenção, a desvalorização chega a 40% do preço original. Com os reparos, a queda é de cerca de 20%", explica.

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