Carros ícones não precisam de uma estratégia de marketing agressiva para fortalecer a imagem de uma marca, ainda mais no segmento de muscle cars. É o caso do Camaro, o emblema mais esportivo da marca Chevrolet, da General Motors, lançado nos anos 60 nos EUA e que agora passa a ser vendido oficialmente no Brasil.
O carro mal acabou de estrear por aqui e teve cerca de 450 unidades encomendadas; destas, mais de 250 já foram entregues. Isso porque, além de se tratar de um mito no mundo das quatro rodas, ele é oferecido pelo preço de R$ 185 mil na versão topo de linha SS, a única disponível no país -o modelo era esperado a R$ 250 mil.
Com o valor estrategicamente bem colocado e um programa de pós-venda que inclui garantia de dois anos, mão de obra e algumas peças grátis nas revisões de 10 mil km e 20 mil km, o que a GM quer é dar continuidade ao processo de fortalecimento da marca Chevrolet, iniciado com o lançamento do SUV Captiva e reforçado pelo sedã Malibu.
A estratégia, então, compensaria a redução da margem de lucro do produto em si. Afinal, para este segmento, a fidelização do cliente e a venda de opcionais têm peso importante na conta. O modelo vem de série com uma avantajada lista de tecnologias, seja de segurança ou conforto, e acabamento rebuscado. Por isso, os opcionais apelam para algo de que o público-alvo faz questão, a personalização.
A conta pode aumentar...
Na primeira lista de acessórios, a GM oferece cobertura para o motor, dois tipos de faixa decorativa (uma delas é a que estampa a carroceria do Bumblebee do filme "Transformers"), tampa do tanque em aço escovado, grade frontal diferenciada, apliques estéticos para o interior e capa protetora. Internamente, o carro pode ganhar revestimentos de portas em material brilhante colorido (amarelo, branco ou prata). O revestimento colorido de resina especial também pode decorar o painel do modelo.
O que parece mero detalhe para um consumidor comum é, na verdade, essencial para aficionados por carros. Ainda mais com o apelo estético do Camaro que, inclusive, já ganhou diversos prêmios de design. Assim, a conta pode ser bem mais salgada do que os R$ 185 mil iniciais.
Ao volante
O G1 experimentou o Camaro nesta terça-feira (23), na pista do Centro de Provas da Cruz Alta, da General Motos, em Indaiatuba (SP). Apesar de o motorista ficar em uma posição mais baixa, de o para-brisa ter tamanho menor em relação a carros de outro segmento e de se sentir envolvido pelo conjunto painel, console central e porta, a posição de dirigir é fácil de ser encontrada. Para ajudar, o banco da versão SS tem oito regulagens elétricas para o motorista. Já o do passageiro conta com duas.
Os bancos são de couro e possuem aquecimento. O acabamento em resina traz um ar de modernidade ao modelo, que possui diversos itens retrôs, como os quatro marcadores retangulares que vão na parte inferior do console central, perto do câmbio.
É a mesma disposição encontrada na primeira geração do Camaro. Eles apontam pressão e temperatura do óleo, voltagem da bateria e temperatura do fluido de transmissão das marchas. Outro destaque do modelo é a iluminação azul do painel, a mesma encontrada no Malibu e no Agile. Detalhes que influenciam no bem-estar ao dirigir.
No que se refere à tecnologia, o que faz diferença para o motorista é o computador de bordo com sete funções apresentadas em uma tela de cristal líquido e o Head-Up Display (HDU), um sistema que projeta informações (como de velocidade, rotação do motor e estação de rádio) no para-brisa do veículo. Segurança complementar para o olhar não ser desviado da pista, esse sistema foi desenvolvido pela GM em projetos militares. Além disso, o muscle car vem com rádio com disqueteira para seis discos, MP3 player, entrada USB, Bluetooth e nove alto-falantes.
Tais recursos ficam, na verdade, em segundo plano quando se pisa no acelerador. Em uma pequena acelerada já é possível sentir a força do motor 6.2 V8 apenas pelo barulho. O propulsor desenvolve 406 cavalos de potência a 5.900 rpm e 56,7 kgfm de torque a 4.200 rpm. O Camaro acelera de 0 a 100 km/h em 4,8 segundos e tem velocidade máxima limitada eletronicamente a 250 km/h. Na pista de Indaiatuba não foi permitido atingir a velocidade máxima do carro por motivos de segurança. Mesmo assim foi possível sentir o poder do motor que, aliado à transmissão sequencial/automática de seis velocidades, de respostas bem rápidas, oferece muito conforto à condução esportiva.
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