Pacientes ficam sem hemodiálise




Com a nova interdição da BR-259, ontem, em Governador Valadares, não demorou para que engarrafamentos se formassem nos dois sentidos. Alguns passageiros conseguiram fazer baldeação, passando a pé pelo trecho em obras. Entre eles, pacientes que vinham de Mantena para fazer hemodiálise no Hospital Samaritano, em Valadares. “Não temos como ficar sem a hemodiálise. As complicações são sérias demais se faltarmos ao tratamento”, lamentou Eva Prata Fernandes, 47 anos.

“Na verdade, a gente morre”, completou Roberto Carlos de Souza, 42 anos, que assim como os demais utiliza um micro-ônibus cedido pela Prefeitura de Mantena para ir a Valadares fazer o tratamento três vezes por semana. Dois deles preferiram não se arriscar e voltaram para casa. Ronei Antônio da Silva, 39 anos, que é cego e usa insulina, disse que não correria o risco de “ficar preso” em Valadares sem os seus remédios. Joaquina Antônia Cardoso, 70 anos, justificou que não teria lugar para dormir em Valadares, caso não pudesse voltar para casa. “Se liberarem hoje (ontem), a gente segue viagem. Caso não seja possível, vamos contar com a vontade de Deus”.


De acordo com a 8ª Companhia de Meio Ambiente e Trânsito da PM, a rota alternativa mais adequada para quem precisa ir para o litoral capixaba ou retornar daquela localidade é pela BR-116, sentido Realeza, a 190 quilômetros de Valadares. Outra é seguir pela BR-116 até Teófilo Otoni, distante 140 quilômetros de Valadares, pegar a BR-418 sentido Nanuque (a 160 quilômetros) e percorrer mais 20 quilômetros até Montanha (ES).

Quem aguardava parado na pista estava revoltado. “Se o dinheiro recolhido por meio de tantos impostos fosse aplicado adequadamente, não estaria passando por isso”, reclamou o representante de cosméticos Israel de Freitas, 29 anos, que tentava chegar a Mantena.  A economista Vera Santiago, 45 anos, de BH, estava disposta a voltar para casa. “Com essa chuva, melhor voltar. Virada de ano na praia, só em 2011”.

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