“Pezão” pode ser inocente; família está indignada

“Pezão” pode estar atrás das grades injustamente, uma vez que estaria no trabalho minutos antes de a vítima ter sido baleada no Bairro Limoeiro
30-10-2011 10:18
IPATINGA – Um homem pode estar injustamente recolhido no Centro de Remanejamento de Presos (Ceresp) de Ipatinga. O motorista José Pereira Neves, o “Pezão”, de 25 anos, foi detido na noite de quarta-feira (26) após ser acusado de tentar matar um jovem no Bairro Limoeiro. Na ocasião, ele foi encaminhado à 1ª Delegacia Regional de Polícia Civil (1ª DRPC) e teve a prisão ratificada pelo delegado plantonista, sendo encaminhado à carceragem. Familiares de “Pezão” procuraram o jornal VALE DO AÇO na manhã desta sexta-feira (28) e garantem que ele não é culpado e que possuem testemunhas que podem comprovar sua inocência. 

O motorista é suspeito de tentar assassinar Benjamim de Oliveira Silva, 21, que recebeu um tiro na perna esquerda quando andava pela Rua Pitangas, também no Limoeiro. A irmã de “Pezão”, a doméstica Adriana Pereira Rodrigues, 29, era a mais indignada. “Meu irmão estava trabalhando. Ele largou o serviço às 20h25 e há como provar isso. O patrão dele está com as filmagens do local onde ele passou. Me parece que o rapaz tomou o tiro às 20h40. Com 15 minutos não havia como um cidadão chegar no Limoeiro e procurar alguém para matar”, declarou Adriana. Conforme ela, “Pezão” trabalha em um frigorífico em Santana do Paraíso, deixou o trabalho às 20h25 e Benjamim foi baleado por volta das 20h40. “Meu irmão não tem envolvimento com drogas e não é nenhum traficante. A polícia pode investigar e vai verificar que ele não é nenhum bandido para tentar matar o Benjamim”, completou a doméstica.

Adriana afirma que “Pezão” está sendo vítima de perseguição. “Sem ter motivos, meu irmão virou ‘o matador’ do Limoeiro. O porquê eu não sei. Quando tinha 18 anos ele assassinou um homem por legítima defesa. Daí para cá tudo de ruim que acontece no bairro a polícia fala que é ele, mesmo não tendo feito nada. Todo mundo que morre matado é o meu irmão. Ele já teve quase morto e a polícia nada fez: foi violentamente agredido por nove pessoas, que deram pauladas e pedradas nele. Mas a polícia até hoje não descobriu quem é e nem nós sabemos”, comentou a irmã do motorista.  

Características
Adriana ainda lembrou que não foram encontradas pistas que incriminassem “Pezão”. “Não foi localizada nenhuma arma com ele. O prenderam ainda com a roupa de trabalho, fedendo a osso e com a botina branca que ele trabalha todos os dias. Meus vizinhos são testemunhas: ‘viram ele’ chegar do serviço. E mais, lá na delegacia, a esposa do Benjamim alegou que não foi o meu irmão que estava na moto e que atirou contra o marido dela. Era um rapaz alto, de jaqueta preta e calça jeans. Meu irmão estava de blusa alaranjada e de calça da Usiminas, que é a roupa que ele usa para trabalhar”, revelou a doméstica, acrescentando que outras pessoas inocentaram “Pezão”. “A sogra de Benjamim também falou que não foi o meu irmão que cometeu esse crime. Ela olhou dentro do olho do meu irmão e falou assim: ‘Não é esse rapaz que tentou matar meu genro’. Segundo ela, o homem que tentou assassinar Benjamim tinha uma cicatriz muito grande no rosto. Lá na delegacia, ela (a sogra de Benjamim) falou que o que nós precisássemos para ajudar tirar o ‘Pezão’ da cadeia ela estaria disposta a ajudar”, contou Adriana. 

30 dias
“Pezão” ainda é acusado de tentar matar a adolescente Kettelly Kartilayne Valadares, 17. Meses atrás, a garota foi alvejada por vários tiros, mas se recuperou depois de socorrida ao Hospital Márcio Cunha (HMC). O motorista chegou a ficar 30 dias recolhido no Centro de Remanejamento de Presos (Ceresp) de Ipatinga por tentar matar Kettelly. Segundo Adriana, o irmão também não cometeu essa tentativa de homicídio. “A Kettelly procurou a minha família desesperada, dizendo que não queria injustiça. Ela falou com a gente que estaria disposta a ir à delegacia e falar que não foi o José que atirou nela. Mesmo assim a polícia queria continuar com ele preso. Uma vez meu irmão foi ignorante com alguns policiais na porta da minha casa. Eu não sei se a polícia quer vingar isso, mas de uma coisa eu tenho certeza: meu irmão não é bandido. Ao contrário, é trabalhador e tem carteira assinada”, reforçou a doméstica. 

Filhos  
Também de acordo com Adriana, “Pezão” tem dois filhos, de 5 e 6 anos, que estão sofrendo muito com a prisão dele. “A última vez que meu irmão ficou 30 dias preso um dos garotos entrou em depressão e sequer comia. Ele é um bom pai e um bom esposo”, concluiu a doméstica. 



Fonte: JVA Online

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