“Pai de família e trabalhador” é executado a tiros no Vila Formosa em Ipatinga

Homem de 39 anos foi assassinado na frente da esposa e da filha de 11 anos. Crime no Bairro Vila Formosa, em Ipatinga, é cercado de mistério 


Após a vítima ser baleada, o carro bateu contra um muro. PMs chegaram ao local rapidamente, mas nenhum suspeito foi encontrado 
fotos AKR/JVA online


IPATINGA – “Ele era um ótimo pai, uma pessoa trabalhadora e querida por todos”. É o que familiares e amigos dizem sobre o metalúrgico José Geraldo da Silva, 39, que, no início da noite desta quarta-feira (25), foi executado a tiros na frente da esposa e da filha de 11 anos. Ele seguia com a família no Chevrolet Corsa (GLL-6203) pela Rua Ouro Branco, no Bairro Vila Formosa, quando dois homens em uma moto ficaram pareados ao carro. Sem titubear, um deles sacou um revólver e começou a atirar contra a cabeça de José Geraldo, que morreu na hora. O automóvel, que seguia em direção ao Bairro Limoeiro, parou após bater contra o muro de uma residência.  

“Tiraram a vida de um cidadão de bem e pai de família, deixando inclusive uma criança órfã, que presenciou a morte do pai. A única coisa que eu desejo é justiça, pois meu irmão era uma ótima pessoa”, desabafou a irmã do metalúrgico, Maria do Socorro da Silva. “O carro de José Geraldo não era só para ele. Era para prestar socorro no bairro e para quem estivesse precisando. Meu irmão estava sempre disposto a ajudar as pessoas”, acrescentou. 

Conforme Maria do Socorro, o irmão não estava envolvido com drogas e também não tinha rixa com ninguém. “É uma injustiça muito grande o que fizeram. Uma morte como essa não pode ficar impune. Os assassinos na moto começaram a segui-lo no Bairro Esperança até ficarem ao lado do carro dele na Vila Formosa. Foram pareando e efetuando os disparos. Chegaram, atiraram e não falaram nada”, contou a irmã do metalúrgico. “Minha cunhada e minha sobrinha estavam dentro do automóvel. Elas estão traumatizadas e precisarão de um acompanhamento psicológico. É uma morte que nós ainda não conseguimos entender o porquê, por qual motivo aconteceu essa tragédia. Desejamos que esse criminoso vá para a cadeia, pois foi uma coisa monstruosa e horrível o que ele fez. Queremos justiça!”, declarou Maria do Socorro.  

José Geraldo, 39, que não
 tinha passagens pela
polícia, recebeu disparos
na cabeça


Mistério 
Ainda no local do assassinato, a esposa Raquel Fernandes da Silva conversou com o tenente Nicolau, da Polícia Militar, e revelou que era casada com José Geraldo há 14 anos. “Ele era uma pessoa fechada e não se abria comigo”, contou a mulher ao policial. Segundo ela, o marido não fazia uso de bebidas alcoólicas há três meses. “Pode ser que ele tenha se envolvido em alguma briga ainda na época em que bebia. José Geraldo não reclamou de nada recentemente. Algo como ameaças ou coisa parecida. Acho que foi um crime mandado”, acredita a esposa do metalúrgico. Ainda conforme ela, dias atrás o esposo chegou em casa reclamando que um homem pediu a ele que o levasse ao Bairro Bom Jardim, mas José Geraldo se recusou, o que teria gerado um pequeno atrito entre ele e o indivíduo. “Todo crime tem uma motivação. Acredito que, quando a senhora colocar a cabeça no travesseiro, vai lembrar-se de algo que vai nos ajudar”, afirmou o tenente Nicolau, ainda em conversa com Raquel. 

Tiros 
Médicos e enfermeiros em uma ambulância do Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu) chegaram à Rua Ouro Branco logo depois de o metalúrgico ser baleado, mas nada puderam fazer para salvar a vida dele, que sofreu morte instantânea. Conforme constatou o perito Izaque Vasconcelos, da Polícia Civil, José Geraldo foi alvejado por dois disparos na cabeça e um no braço esquerdo. Antes de atirar contra a vítima, ao parear com o carro, um dos assassinos teria dito: “É ele mesmo”. Já após a execução, os homicidas continuaram descendo a Rua Ouro Branco. O carona da moto olhou para trás e efetuou mais um disparo, que atingiu o vidro do carona. A mulher de José Geraldo teve um pequeno ferimento em um dos olhos, causado por estilhaços do vidro. 

Sepultamento 
O metalúrgico, que não tinha passagens pela polícia, morava no Bairro Nova Esperança, onde o corpo começou a ser velado nesta quinta-feira (26). A previsão é de que o sepultamento ocorra às 10h desta sexta (27), no cemitério Parque Senhora da Paz, no Bairro Veneza II. Um inquérito foi instaurado na Delegacia Adjunta de Crimes contra a Vida (DACcV) de Ipatinga para apurar o caso. Informações sobre os autores do crime podem ser passadas à polícia de forma anônima por meio do disque-denúncia 181.

Fonte: JVA online

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