“Fiquei mais de quatro horas nas mãos desse tarado. Ele estava com uma arma e me obrigou a fazer de tudo. Só espero que a Justiça seja feita. Me desculpe, mas não gosto de lembrar, de falar sobre isso”. Assim, com esse relato curto e dramático, sem segurar a emoção e lágrimas, a dentista A., 26 anos, descreveu como foi vítima de estupro no dia 6 de junho de 2006 em seu consultório odontológico em Venda Nova.
Primeira de uma série de oito mulheres estupradas e vítimas de violência, constrangimento e roubo praticados por Arquimedes de Abreu Filho, 50 anos, o “Maníaco das dentistas” em Belo Horizonte, A. deixou a sala de audiências da 4ª Vara Criminal do Fórum Lafayette rapidamente e muito abalada.
Na sala, com uniforme vermelho de presidiário e barba por fazer, Arquimedes ficou dentro de um pequeno cubículo sob escolta de policiais militares. Por uma janela espelhada, as vítimas puderam reconhecë-lo. Além de A., outras seis vítimas passaram pelo mesmo procedimento e prestaram seus depoimentos ao juiz 4ª Vara Criminal do Fórum Lafayette, Milton Lívio Lemos Salles na audiência que deu início ao julgamento do maníaco.
Acompanharam os depoimentos a a promotora Flávia de Simone e Souza e defensora pública Riane Lopes. De onze testemunhas arroladas, nove delas também prestaram depoimentos. O processo corre em segredo de Justiça, mas, após a audiência desta terça-feira (14), será realizada mais uma diligência solicitada pela promotora.
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