Suspeitos de assassinato em Fabriciano vão a júri

Flávio Mendes (no detalhe) recebeu quatro facadas no abdômen e ainda foi degolado. O corpo dele foi encontrado rente a um poste na Rua Antônio Santiago -
Foto: AKR/JVA online
FABRICIANO – Seis suspeitos de assassinato vão encarar o Tribunal do Júri de Coronel Fabriciano neste mês de julho. Entre os casos de maior repercussão está o do soldador Thiago Roberto Silva Borges, de 18 anos, que perdeu a vida após ter sido covardemente espancado no Bairro Caladão. Um dos acusados de matá-lo é Rodrigo Carlos da Silva, 23, que sentará no banco dos réus para responder ao crime no próximo dia sete. Também é previsto para acontecer o julgamento de Gleidiney Renato Pereira, 20, acusado de matar um aposentado no Melo Viana após esfaqueá-lo e de degolá-lo. 

Thiago Roberto, que não tinha passagens na polícia, morreu no dia quatro de março de 2008 após ter ficado 16 dias internado no Hospital Márcio Cunha (HMC), em Ipatinga. No dia 17 de fevereiro daquele ano, ele se envolveu em uma briga com outros quatro rapazes na porta de um clube na Avenida Iquê, no Caladão. O soldador foi agredido com chutes, socos e ainda com golpes, na cabeça, aplicados com um pedaço de paralelepípedo. “No hospital, a enfermeira nos mostrou que o rosto dele ficou muito deformado”, chegou a relatar, na época dos fatos, o aposentado Roberto Carlos Borges, 42, pai da vítima. Thiago Roberto não teve a oportunidade de conhecer sua filha, que nasceu um dia após ele ter sido espancado.

Suspeitos presos
No dia 20 de março de 2008, uma equipe formada por integrantes das polícias Civil e Militar, chefiada pelo então delegado Francisco Pereira Lemos e pelo cabo Martins, prendeu um dos acusados de matar o soldador, Douglas Machado Martins, 22, na Rua Três, no Bairro Frederico Ozanan. Ele portava uma pistola semi-automática calibre 380. 

Os outros dois suspeitos, Rodrigo Carlos e um rapaz que na época tinha 16 anos, se apresentaram na 19ª Delegacia Seccional de Polícia Civil juntamente com seus advogados. 

O menor já havia sido apreendido por outro homicídio, além de haver em seu nome um mandado de prisão temporária de 45 dias. Na ocasião, todos os três acusados negaram qualquer participação no crime. 

No entanto, o ex-delegado Lemos afirmou que havia diversas provas que comprovavam a participação do trio no assassinato de Thiago Roberto, que era muito querido em Fabriciano e no Bairro JK, onde residia. Seu assassinato causou uma grande indignação. Amigos e familiares chegaram a promover uma passeata de protesto, que teve início na Praça da Bíblia, no Melo Viana, e foi até o Centro da cidade, em frente à Prefeitura. Vestindo camisas com a foto de Thiago e carregando faixas, os manifestantes se sensibilizaram com a morte do soldador e cobraram justiça para o caso. 
Homicídio brutal 

Gleidiney Renato sentará no banco dos réus no próximo dia 19. Ele é autor confesso do assassinato do aposentado Flávio Mendes da Costa, 33, morto a facadas no dia oito de julho do ano passado, no Bairro Olaria, situado na região do distrito de Melo Viana. 

O corpo do aposentado foi encontrado rente a um poste de iluminação pública na Rua Antônio Santiago. “Um morador disse ter escutado conversas e, pouco depois, a correria de uma pessoa que estava de chinelo. Pensando que estava tendo a sua casa invadida, ele resolveu olhar pela janela e viu a vítima ainda viva, agonizando. Ele chamou o Corpo de Bombeiros, mas quando o socorro chegou ao local, Flávio já estava sem vida”, descreveu, na ocasião, o sargento Wesley da Polícia Militar, um dos policiais que trabalharam no caso. 

A filha de Flávio, uma menor, contou como foram os últimos momentos do pai. “Me contaram que os assassinos estavam com uma droga falsa e o chamaram. O bobo foi. Aí ‘pegaram’ meu pai. Foi isso”, resumiu a garota na época. 

O aposentado recebeu quatro facadas no abdômen e ainda foi degolado. Na época, a PM acreditava que o assassinato estaria ligado ao uso ou/e tráfico de drogas, pois Flávio seria usuário. 
A vítima era aposentada por invalidez, casado e deixou dois filhos. Flávio chegou a ser membro da Assembléia de Deus, mas atualmente estava afastado da igreja. Ele morava no Bairro Recanto Verde e, segundo testemunhas, tinha o costume de ficar próximo a um bar nas imediações de onde foi morto.

Restante da pauta 
Na pauta de julgamentos para o mês de julho em Fabriciano duas pessoas irão encarar o Tribunal de Júri no dia 12. A partir das 9h, senta no banco dos réus Antônio Erivan Nonato dos Santos. Às 14h é a vez de Tatiana da Silva encarar o Conselho de Sentença. No dia 14, Ronaldo de Lourdes Silva também será submetido a júri popular. Por último, no dia 21, será a vez de Maria Auxiliadora da Silva acertar as contas com a justiça. 

Fonte: JVA online

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