Governo quer aulas até Janeiro de 2011 em Ipatinga

IPATINGA - Após a suspensão da greve pelo Sindicato Único dos Trabalhadores em Educação de Minas Gerais (Sind-UTE) e assinatura do termo de acordo com a Prefeitura Municipal de Ipatinga, em 17 novembro, os representantes dos professores denunciam o descumprimento de pelo menos duas cláusulas do documento.
Em entrevista à imprensa na tarde desta quarta-feira (1º), a diretora do departamento de Comunicação do sindicato, Cida Lima, disse que a Administração Municipal propõe a reposição das aulas até a primeira semana de janeiro do próximo ano. Com isso, as férias escolares ficariam parcialmente comprometidas. Em algumas escolas da rede municipal, a paralisação foi de sete dias, somando então um débito de 28 horas/aula.
Os pontos acordados que não estariam sendo cumpridos dizem respeito à cláusula nona, referente à comissão mista para a definição do calendário de reposição de aulas. O Sind-UTE defende que os alunos tenham aulas aos sábados e no período contraturno do horário escolar.
A proposta do Sind-UTE é que os horários de coordenação dos educadores sejam usados para reposição de aulas, e quando quitadas todas as aulas, os professores cumpririam a carga horária destinada à coordenação entre os dias 27 e 30 de dezembro.
"Queremos garantir aulas até 23 de dezembro. E para isso consultamos o conselho estadual e nacional de Educação para repor a carga horária aos sábados e no período que o professor tiver disponível na escola. E não tivemos objeção dos órgãos competentes", justificou Cida.
A outra queixa é quanto à retirada da ação civil pública protocolada pelo governo Robson Gomes (PPS). Segundo o acordo, a cláusula previa prazo de 24 horas para o Executivo suspender o processo.
"Estivemos reunidos na segunda-feira com o Eugênio Pacelli, secretário de Assuntos Institucionais, e ele nos garantiu que o jurídico vai resolver essa questão. Mas diante de tanto impedimento, tememos que isso também não seja cumprido", alegou a diretora.

CORTE NOS SALÁRIOS
Devido ao não pagamento da segunda parcela da implementação do piso nacional dos professores nos dias 16 e 29 de setembro, a categoria deliberou pela paralisação nas duas datas.
Sem avisar antecipadamente, a Administração Municipal efetuou no pagamento de novembro o corte desses dois dias nos vencimentos dos professores. Mas o agravante é que muitos dos educadores que participaram da mobilização já haviam efetuado a reposição das aulas, segundo informou o Sind-UTE.

Executivo vai cancelar ação nesta quinta
IPATINGA - A Procuradoria Geral da Prefeitura de Ipatinga esclarece que com a publicação da Lei nesta quinta-feira (2), que prevê o pagamento gradual do piso e criação da comissão paritária, vai pedir na Justiça pela desistência da ação. Além disso, o Sindicato deve indicar um advogado para assinar o pedido junto a PMI. De acordo com a Secretaria Municipal de Educação, o calendário de reposição proposto e discutido junto ao colegiado de diretores e Sindicato foi elaborado com base jurídica em que a Lei exige que sejam cumpridos os 200 dias letivos.

0 comentários: