Caso Estação Veículos: mais um envolvido vai a juri

Borracheiro sentará no banco dos réus 10 meses após policial militar, mototaxista e empresário terem sido condenados. Ranico e “Barão”, outros dois acusados, também irão a julgamento 


Depois de um policial militar, um mototaxista e um empresário terem sido condenados pelos crimes ocorridos na antiga revendedora de carros Estação Veículos, no Bairro Canaã, será a vez de o borracheiro e ex-PM JoaquimFoto: Repórter Emmanuel Franco/JVA online


IPATINGA – Depois de um policial militar, um mototaxista e um empresário terem sido condenados pelos crimes ocorridos na antiga revendedora de carros Estação Veículos, no Bairro Canaã, será a vez de o borracheiro e ex-PM Joaquim Celso de Lima, 54, sentar no banco dos réus. Atualmente recolhido no Centro de Remanejamento de Presos (Ceresp) de Ipatinga, ele encara o Tribunal do Júri no próximo dia 18 de agosto, conforme definiu o Poder Judiciário. Outros dois acusados estão foragidos. Eles já foram pronunciados pelo Poder Judiciário, ou seja, também sentarão no banco dos réus.     

O soldado da Polícia Militar Ricardo Lima Carvalho, 34, o empresário Geraldo Canuto Alves, 50, e o mototaxista Wenelson Elias Lage, o ‘Alemão’, 23, foram condenados no dia 20 de outubro do ano passado após um julgamento que durou mais de 15 horas no Tribunal do Júri Vito Gaggiato, no Fórum da Comarca. A sessão foi presidida pelo juiz Antônio Augusto Calaes de Oliveira, da 2ª Vara Criminal de Ipatinga. A acusação foi feita pelo promotor Marcelo Dumont Pires, que considerou o resultado satisfatório. Os réus receberam condenações diferentes. O Conselho de Sentença definiu que o soldado terá de cumprir uma pena de 13 anos de prisão. Já o empresário e o mototaxista foram sentenciados a sete anos de reclusão. O borracheiro não encarou o Tribunal do Júri na ocasião porque o processo foi desmembrado. 

Além de Ricardo Carvalho, Geraldo Canuto, Wenelson Lage e Joaquim Celso, ainda estariam por trás dos crimes na Estação Veículos o empresário João Crisóstomo Alves, o ‘Barão’, 47, irmão de Geraldo, e Ranico de Oliveira Costa, o ‘Beira-Rio’. Os dois ainda não foram presos, mas deverão – mesmo que à revelia – ir a julgamento em breve, pois foram pronunciados pelo Poder Judiciário de Ipatinga no último dia 13 de maio. Só resta definir a data em que eles irão a júri popular.  

Entenda o caso 
Conforme denunciou o Ministério Público (MP) de Ipatinga, os seis acusados – os três já condenados e os outros três que ainda irão a julgamento – foram responsáveis pelo assassinato do vendedor Alcides Gomes Maciel, de 25 anos, morto a tiros em seu local de trabalho (a antiga revendedora de carros Estação Veículos, no Bairro Canaã), em 11 de agosto do ano 2009.

Especulou-se, inicialmente, que a morte de Alcides fosse um latrocínio (roubo seguido de morte), mas a Polícia Civil investigou o caso e verificou que se tratava de um homicídio planejado por uma quadrilha, que teve a prisão decretada. O caso foi tratado como crime de “pistolagem”.  
 
Tudo teve início quando o pedreiro Eduardo Geraldo de Souza e Silva, o “Duda”, 30, pistoleiro contratado pelos seis envolvidos, invadiu a extinta Estação Veículos – que ficava localizada na esquina da Rua Macabeus com Avenida Gerasa – e de revólver em punho rendeu três funcionários, simulando que cometeria um assalto. 

Além de Alcides, estavam na revendedora outros dois vendedores. Alcides acabou baleado depois de se surpreender com Eduardo e dizer: “O quê que é isso?”. Sem pensar duas vezes, o pedreiro deu um tiro certeiro no peito do vendedor. 

Assim que Eduardo baleou Alcides, uma viatura da PM chegou às imediações da Estação Veículos. Os militares foram ao estabelecimento comercial e se depararam com o vendedor, mesmo baleado, tentando tomar a arma do pedreiro. Os dois estavam em luta corporal. Os policiais atiraram seis vezes contra Eduardo. Na viatura havia um sargento, um cabo e o soldado Ricardo Lima Carvalho, 34, que deu quatro dos disparos. 

Morto por engano
De acordo com o que apurou Ministério Público (MP), quem deveria ser assassinado era o empresário e proprietário da Estação Veículos, Adeildo Anacleto da Silva. Alcides teria sido morto por engano, já que tinha características físicas bem semelhantes às do alvo. 

Incumbências 
Segundo as apurações do MP, João Crisóstomo Alves, o ‘Barão’, já foi sócio de Adeildo na Estação Veículos. Porém, Adeildo comprou a parte da sociedade dele, expandiu os negócios e começou a se dar muito bem. Invejado com a situação, ‘Barão’ teria formado a quadrilha e decidido assassiná-lo. 

Ainda conforme o MP, o crime começou a ser planejado na borracharia de Joaquim Celso de Lima. Também teria ocorrido, no dia dos assassinatos, uma reunião nas proximidades do Clube do Cavalo Vale do Aço.

Geraldo Canuto Alves é acusado de emprestar a arma para o pedreiro Eduardo matar Alcides. Em uma caminhonete, Ranico de Oliveira Costa e Wenelson Elias Lage teriam levado o pistoleiro até as proximidades da Estação Veículos.

O soldado Ricardo Lima Carvalho, também segundo o MP, sabia que Eduardo iria à Estação Veículos assassinar uma pessoa e estava informado da hora exata que isso ocorreria. Desta forma, ele teria induzido o sargento e o cabo que estavam com ele na viatura a seguir para o estabelecimento, com a desculpa de buscar um documento no local, para assim matar o pedreiro como ‘queima de arquivo’. 

Fonte: JVA online

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