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| A parceria vitoriosa nas urnas, nas eleições extemporâneas, é agora afastada pelo fracasso da administração |
IPATINGA - A vice-prefeita Márcia Perozini (PTC) divulgou ontem (28) comunicado à imprensa tornando público seu rompimento com o Governo Robson. A pastora da Igreja Quadrangular afirma que suas divergências em relação à administração ocasionaram a demissão de todos os funcionários de seu gabinete, "impossibilitando-a até mesmo de atender à população".
Ela afirma que são "preocupantes a evolução e o desdobramento que se veem no âmbito político de nossa cidade". A pastora argumenta que, na condição de vice-prefeita, viu "tudo passar diante de si, sem poder contribuir para a execução dos projetos que sempre defendeu".
Márcia Perozini reconhece problemas nos rumos do governo, bem como gargalos em setores básicos de prestação de serviço à população. "A razão pela qual me manifesto agora se deve aos gargalos existentes na saúde pública, educação e serviços urbanos que tinham, da minha parte, esperanças de um desfecho razoável no melhoramento das questões. O que na prática demonstraram-se vários impasses, acentuando ainda mais os entraves com os quais sempre me indignei, pois constituem um atraso no sistema operacional da máquina administrativa", diz a nota.
Ela constata ainda que o objetivo que a uniu ao então prefeito interino Robson Gomes e "foi também objeto de campanha nas últimas eleições municipais, se perdeu ao longo do caminho?. ?E atualmente sinto que o nosso norte está confuso e, mesmo contando com a boa vontade de muita gente, nossa realidade não é a sonhada para o nosso povo. Mesmo porque uma cidade como Ipatinga não se administra apenas com boa vontade", continua.
Por fim, a pastora diz que torna público o rompimento como forma de dar "satisfações" aos eleitores.
ISOLAMENTO
Preocupados com a péssima repercussão do Governo Robson junto à população bem como de olho nas eleições municipais de 2012, não são poucas as forças políticas que antes compunham a administração do PPS e hoje tentam se afastar do antigo aliado. Além da vice-prefeita, o Conselho Gestor - formado por "representantes da sociedade" - também veio a público explicitar seu rompimento com a administração Robson Gomes. Em nota, o Conselho afirmou que os recursos públicos são mal aplicados e apontou várias falhas de gestão.
Quem também deixou o partido do governo, alegando inconformismo com as denúncias de corrupção e com a falta de políticas públicas para a população, foi o vereador César Custódio, o único representante da legenda no Legislativo Municipal. Ele migrou para o Partido dos Trabalhadores e enfrenta na Justiça Eleitoral uma ação movida pelo PPS por infidelidade partidária.
Aliados da ampla frente composta e articulada pelo deputado federal Alexandre Silveira - ex-PPS, hoje PSD - também tratam de "descolar" sua imagem do prefeito. Os deputados estaduais Rosângela Reis (PV) e Luiz Carlos Miranda (PDT) que apoiaram o então candidato nas eleições extemporâneas hoje buscam caminhos próprios e dissociados de Robson.
Alexandre Silveira também tenta "descolar" sua imagem da PMI
IPATINGA - Se antes era figurinha carimbada em todas as inaugurações, solenidades e atos da administração municipal, o deputado federal e ex-secretário de Estado de Gestão Metropolitana Alexandre Silveira (PSD) agora tenta descolar sua imagem daquele que ajudou a eleger. Na semana passada, Silveira divulgou uma "carta aberta à população" de Ipatinga, na qual tenta se eximir da responsabilidade pelo caos administrativo que se instalou em Ipatinga.
Na carta, que foi divulgada na imprensa regional e distribuída na cidade, Silveira afirma que se afastou do governo em meados de 2010, para se dedicar à sua campanha pela reeleição. Ele diz que essa situação de afastamento se manteve, em função do cargo assumido no Governo Anastasia.
Silveira aproveitou para criticar o ex-colega de partido, Robson Gomes (PPS): "quero manifestar de forma pública a minha preocupação com a saída do Conselho Gestor e dos secretários municipais indicados pelos conselheiros e minha indignação pela incompreensão da gestão municipal em não dar a devida importância e valor à participação da sociedade (...) e manifestar meu temor com os destinos do governo municipal".
Fonte: Diário Popular
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