Eletricista tem casa invadida e é assassinado no Esperança em Ipatinga

Morto a tiros no final da noite deste domingo, homem foi surpreendido por criminosos quando jantava e assistia televisão 


Dois homens entraram na residência, cometeram o homicídio e fugiram em uma moto. Policiais civis e militares deram início às investigações no local
25-10-2011 10:55


IPATINGA – Alvejado com tiros no antebraço esquerdo, cabeça e garganta, o eletricista Élson Gomes da Silva, de 49 anos, foi assassinado no final da noite deste domingo (23), na Rua Anis, no Bairro Esperança, em Ipatinga. Ele foi surpreendido por criminosos quando estava dentro de casa jantando e assistindo televisão. Dois homens foram vistos fugindo em uma moto, mas a polícia ainda tem poucas informações sobre o paradeiro deles. A vítima tinha envolvimento com drogas. 

Élson morava sozinho na residência de número 388 da Rua Anis. À Polícia Militar, vizinhos revelaram que ouviram vários disparos e o barulho de uma motocicleta saindo em alta velocidade. Em seguida eles encontraram a vítima caída dentro da casa e acionaram o Samu (Serviço de Atendimento Móvel de Urgência). Quando uma ambulância chegou ao local, o eletricista ainda agonizava. Médicos e enfermeiros tentaram reanimá-lo, mas ele morreu ainda no local do crime.

O perito Gilmar Miranda e o delegado Rodrigo Manhães estiveram na casa de Élson e deram início às investigações. Quatro projéteis calibre 38 foram recolhidos no imóvel e o corpo foi removido para o Instituto Médico-Legal (IML) de Ipatinga já na madrugada desta segunda-feira (24). O velório e sepultamento ocorreram no cemitério Parque Senhora da Paz, no Bairro Veneza II. Segundo a Polícia Militar, o eletricista tinha passagens na polícia por envolvimento com drogas. 

99%
O envolvimento de Élson com entorpecentes foi confirmado ao jornal VALE DO AÇO pelo pai dele, o segurança Pedro Gomes da Silva, o “Pedrão”, 68. “Por enquanto não sabemos quase nada sobre a morte. Um rapaz viu dois caras saindo de moto, mas pouco soube informar sobre as características deles. Quando eu cheguei à casa do meu filho, eles (os funcionários do Samu) estavam vendo se ‘recuperavam o corpo’. Há 99% de chances de o homicídio estar ligado ao tráfico de drogas, pois Élson era usuário”, comentou “Pedrão”. 

O segurança definiu o filho como uma pessoa “querida e respeitadora”. “Encontramos a marmitinha com o resto da comida na casa. Creio que ele estava comendo e assistindo televisão na hora que foi morto. Élson morava sozinho, era trabalhador e nunca dependeu da gente. Mas mesmo assim nós o ajudávamos por termos uma situação melhor que a dele”, lembrou o pai, que complementou: “Sou viúvo desde 1990 e moro só. Élson perdeu a mãe e também passou a morar sozinho. A casa que ele residia eu comprei em 1984. Certamente meu filho gostava de viver sozinho lá para poder usar drogas. Ele também gostava muito de pescar com os colegas”.

Solteiro e sem filhos, o eletricista chegou a ter graves problemas de saúde: teve que extrair o pulmão esquerdo e só tinha parte do direito. “Insistíamos para ele largar as drogas. Batíamos nesta tecla, mas não adiantava. A gente sempre ficava de ‘orelha em pé’, pois – do jeito que estão matando ultimamente – temíamos que ele também pudesse ser vítima de um assassinato, caso ficasse devendo alguém”, afirmou “Pedrão”.

Muito emocionado e chorando, o pai do eletricista ainda acrescentou: “Não quero justiça com as próprias mãos e jamais tivemos esse pensamento. Está tudo na mão de Deus e nós não vamos correr atrás para saber quem o matou. Eu estava no serviço quando fiquei sabendo do crime. Receber o telefonema com a notícia acabou comigo”. 

Um inquérito aberto na Delegacia Adjunta de Crimes contra a Vida (DACcV) de Ipatinga investiga o assassinato de Élson. Qualquer informação sobre os homicidas pode ser repassada à polícia pelo disque-denúncia 181. 

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