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| “Sempre estou com meu revólver. Tenho que andar armado, pois estou em guerra e ameaçado por policiais”, declarou Demário Carmo Quintino |
FABRICIANO – Apontado pela Polícia Militar como um “criminoso de alta periculosidade”, o pedreiro Demário Carmo Quintino, de 38 anos, foi preso no início da noite desta terça-feira (22), em Coronel Fabriciano. Havia um mandado de prisão da comarca de Governador Valadares em desfavor dele, que estava na garupa de uma moto furtada pilotada por um adolescente e, ainda, trazia um revólver calibre 38 na cintura. Demário também é suspeito de atirar contra PMs semanas atrás, em Timóteo, durante a prisão de um homem suspeito de assaltos.
O pedreiro foi encontrado durante uma operação da Polícia Militar que abordava motos na Rua Maria Aparecida Alves, no Bairro Santa Terezinha. Ele estava na garupa da Yamaha Factor YBR placa HKM-5678, de Timóteo, que foi furtada no último dia 18, no Bairro Amaro Lanari, e era pilotada por um adolescente de 15 anos. Mesmo após receber uma ordem para que parasse, o menor teria tentado fugir, mas foi rapidamente alcançado.
Já durante uma busca pessoal nos suspeitos, os PMs localizaram o revólver 38 na cintura de Demário. Com a numeração de registro raspada, a arma estava carregada com seis munições. O pedreiro era considerado foragido da justiça porque deixou uma unidade prisional na região de Valadares beneficiado pelo direito da saída temporária – concedida àqueles detentos que já cumpriram boa parte da pena e tem bom comportamento. No entanto ele não voltou no prazo estipulado e o Poder Judiciário expediu o mandado de prisão em seu desfavor. Demário saiu da cadeia no último dia 22 de agosto.
Confessou
O pedreiro admitiu que estava foragido da justiça há cerca de três meses. “Eu ‘estava pagando’ cadeia por tráfico de drogas. Cheguei a cumprir aproximadamente sete anos. Deixei o presídio na saída temporária e não voltei mais”, disse Demário. “Não tenho nada a ver com essa motocicleta (a Yamaha Factor furtada). Eu estava no Bairro Mangueiras e esse menino (o adolescente de 15 anos) passou lá. Me pegou ‘de pára-quedas’ e me trouxe até no Bairro Santa Terezinha, onde fui abordado”, completou o pedreiro.
Questionado sobre a arma de fogo em sua cintura, Demário cravou: “Ela é para minha defesa, pois estou sendo ameaçado de morte. O meu 38 eu ando com ele no Centro ou em qualquer lugar. Sempre estou com meu revólver. Tenho que andar armado, pois estou em guerra e ameaçado por policiais. Tomo tiro é direto. Tomei rajada de balas e só não morri porque Deus está no céu e Ele sabe a hora de um homem morrer”.
Tiros contra PMs
Demário seria parceiro de Felipe Paranhos Guerra, 21. Na noite do último dia 4 de novembro, quase dois dias depois de quebrar uma viatura e fugir algemado da Polícia Militar, Felipe foi preso acusado de cometer um assalto na Avenida dos Rodoviários, no Bairro Alegre, em Timóteo. No roubo, dois homens armados invadiram o depósito de materiais de construção Edinho e levaram dinheiro e jóias após renderem funcionários e proprietário.
Na ocasião do assalto no Bairro Alegre, a PM desencadeou uma operação e localizou Felipe e Demário na região do distrito de Cava Grande, em Marliéria. Segundo a PM, os dois se assustaram ao ver uma viatura e se embrenharam em um matagal, mas Felipe foi rapidamente localizado e preso. Ele portava cinco pedras de crack e uma porção maior da droga, além de duas buchas de maconha e um papelote de cocaína. Na oportunidade, o pedreiro conseguiu escapar.
Segundo a Polícia Militar, Felipe Paranhos confessou participação no assalto ao depósito e afirmou que o cometeu para pagar dívidas de drogas a Demário. Os dois ainda são investigados por roubos ocorridos nas últimas semanas em Fabriciano e Timóteo. Em um dos crimes chegou a acontecer uma troca de tiros entre bandidos e policiais. Felipe Paranhos já tinha passagem na PM por furto. “Demário está foragido da cadeia há um bom tempo e vem cometendo constantes assaltos tanto em Fabriciano, quanto em Timóteo. Ele sempre anda armado e comete crimes de diversos tipos”, informou, na ocasião, o cabo Jaire, da PM.
Mais crimes
No início da madrugada do último dia 3, na Rua Rio Tocantins, no Bairro Alvorada, em Timóteo, PMs cumpriam um patrulhamento de rotina quando viram Felipe Paranhos, que também é conhecido como “Espião”, e Demário, o “Mata Onça”, em atitudes suspeitas. Ao perceberem que seriam abordados, os dois teriam corrido, mas Felipe foi rapidamente alcançado e colocado em uma viatura. Já o pedreiro fugiu por uma escadaria e foi perseguido por um cabo da PM, enquanto dois soldados ficaram perto da viatura vigiando “Espião”. Entretanto, os policiais de menor patente ouviram um disparo – supostamente feito por Demário – e subiram a escadaria para dar apoio ao cabo. Foi a oportunidade que Felipe precisava: trancado na viatura e algemado, ele quebrou o vidro da porta traseira esquerda e a grade do compartimento do “cofre” – local onde ficam as pessoas presas – para fugir.
“Está doido?”
Perguntado se atirou contra PMs, Demário garantiu que não o fez.
“Eu não! Está doido? Nunca atirei contra autoridades. Isso tudo é um engano”, afirmou. O menor de 15 anos detido tentou justificar estar pilotando uma moto furtada. “Eu comprei a moto, mas não sabia que era furtada. Não peguei a documentação”, alegou. Ele e Demário foram encaminhados à 19ª Delegacia Seccional de Polícia Civil para prestar esclarecimentos.
Fonte: JVA Online
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