A escada que a vítima usava encostou-se nos fios de alta-tensão da Cemig: nos fundos a fachada do prédio do Fórum da Justiça do Trabalho |
FABRICIANO – “É lamentável e revoltante esse acidente. Era totalmente previsível isso acontecer e, portanto, completamente evitável. Uma morte absolutamente desnecessária”. A declaração é do procurador do Ministério Público do Trabalho, Adolf Jacob. O acidente que ele se refere aconteceu na manhã desta quinta-feira (22) em uma obra na Avenida Pedro Nolasco, no Centro de Coronel Fabriciano. O encarregado Manoel Marcos Raimundo, de 49 anos, trabalhava no local quando, ao manusear uma escada de aço, acabou encostando-a na rede de alta-tensão da Cemig. O operário recebeu uma descarga de mais de 6 mil volts e sofreu morte instantânea. A obra, conforme Adolf Jacob, estava há semanas embargada pelo Ministério do Trabalho e Emprego.
Mesmo embargada, a obra era “tocada” normalmente. Na hora do acidente, além do homem que morreu, havia outros cinco operários. Manoel Raimundo sofreu morte instantânea |
6.900 volts
Manoel recebeu uma descarga elétrica de 6.900 volts. “Os efeitos no corpo dele são visíveis: a devastação que o choque elétrico provocou no operário acidentado é assustadora. O Ministério Público do Trabalho vai abrir um procedimento. Vou mover uma ação civil pública ou chamá-lo para aplicar um TAC (Termo de Ajustamento de conduta). O empreendedor terá que pagar pelo dano moral causado e também para não repetir esse tipo de atitude. Com relação às providências legais, fica a cargo agora da polícia, pois o que aconteceu aqui, na verdade, no meu entendimento, foi um homicídio culposo. Há também a questão de eventual indenização a cargo dos dependentes da vítima”, explicou Jacob. O procurador do Ministério Público do Trabalho ainda fez um alerta aos que insistem em “tocar” obras embargadas: “À medida que a obra estiver embargada, e o dono insistir na construção antes de ter autorização do Ministério do Trabalho para retomá-la, isso passa a ser um crime de desobediência. Ou seja, além das outras irregularidades, é também uma infração criminal contra o ato de autoridade federal, que é o auditor fiscal do trabalho”.
7 meses
Segundo testemunhas, Manoel era encarregado da obra há sete meses. Ele residia na Rua Goiás, no Bairro Caladinho de Baixo. Militares do Corpo de Bombeiros chegaram a ir ao local para tentar socorrê-lo, mas nada puderam fazer. A Polícia Militar e a perita Laudiene Viana, da Polícia Civil, também realizaram os trabalhos de praxe no lugar onde o homem perdeu a vida. “Chegamos ao local e infelizmente a vítima já estava em óbito. Colhemos relatos dando conta que cinco funcionários e o encarregado trabalhavam na hora do acidente. É sempre bom lembrar: a prevenção está em primeiro lugar. Toda obra tem que ter um técnico em segurança e um acompanhamento de acordo com as NRs do Ministério do Trabalho”, recomendou o sargento Correia, do Corpo de Bombeiros.
Fonte: JVA Online
0 comentários:
Postar um comentário