REIVINDICAÇÃO - Médicos de todo o país param hoje em protesto contra planos de saúde

21-09-2011 11:16
Quem tem consulta médica ou exames agendados por meio de planos de saúde hoje deve ligar para confirmar antes de sair de casa. Os médicos prometem paralisar o atendimento nesta quarta-feira, em protesto à baixa remuneração que recebem das operadoras. A categoria quer aumento imediato e também reivindica um reajuste anual. "Os planos deveriam pagar pelo menos R$ 60 por consulta, mas pagam, em média R$ 40", reclama o presidente do Sindicato dos Médicos de Minas Gerais (Simed), Cristiano da Matta Machado.

O reajuste médio pleiteado é de 50%. Segundo os médicos, nos 11 últimos anos, os planos de saúde foram reajustados em cerca de 150%, enquanto a remuneração médica não chegou a subir 50%. "Nós queremos que seja estipulado uma data para um reajuste anual, hoje depende de cada operadora, é muito diversificado. Em muitos casos não há nem um contrato", questiona.

O Simed-MG não sabe precisar o tamanho da adesão do movimento em Minas Gerais, onde 27 mil médicos são conveniados a planos e seguros de saúde. O movimento é nacional e a quantidade de operadoras afetadas vai variar de acordo com a negociação de cada Estado.

Essa será a segunda vez neste ano em que a categoria suspende o atendimento para chamar a atenção da sociedade e das administradoras. No dia 7 de abril, os médicos também pararam. Entretanto, afirma Machado, depois disso apenas duas operadoras procuraram os médicos para negociarem. "Só a Unimed e a Unidas nos procuraram".

A Federação Nacional de Saúde Suplementar (Fenasaúde), que representa 15 das maiores operadoras do país, informa que vem negociando a remuneração com os médicos.

Consumidor. A supervisora institucional da associação de defesa do consumidor Proteste, Polyanna Carlos da Silva, explica que o paciente que não conseguir atendimento pré-agendado deve procurar a operadora. "Quem tem que garantir o atendimento é o plano de saúde, se há algum problema entre a operadora e os médicos, a culpa não é do usuário, que pagar para ser atendido", destaca.

A advogada esclarece que não existe um prazo garantido por lei para que a consulta não realizada por motivo de uma paralisação seja remarcada. Entretanto, ela ressalta que consumidor tem direito de buscar reparação por um serviço não prestado e, portanto, a operadora tem a obrigação de remarcar com prioridade os atendimentos suspensos.




Fonte: O Tempo

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