Marcado novo júri de acusado de mandar matar a ex-esposa

Está previsto para o próximo dia 15 de fevereiro no Tribunal do Júri da Comarca de Fabriciano o julgamento do aposentado Edmílson Eduardo de Oliveira, 42 anos, acusado de ser o mandante da morte da ex-esposa, a professora Zelândia Laviola Marques de Oliveira, 32 anos. Um júri popular foi marcado para abril de 2007, mas, por falta de quorum, não foi realizado. Uma nova jurisdição foi marcada para 25 de maio de 2008 e, mais uma vez, devido à falta do número mínimo de jurados, o juiz José Clemente Piedade de Almeida adiou o julgamento. A família acredita que esses adiamentos sejam manobras da defesa para atrasar o andamento do caso. 

Além do ex-marido Edmilson, Benedito de Oliveira, o Bené, também era acusado de ser um dos autores da execução de Zelândia. Mas Bené suicidou no ano passado. Edmilson chegou a ter sua prisão decretada pela Justiça em setembro de 1999, a pedido do delegado Alexsander Esteves Palmeira, mas conseguiu a liberdade. Zelândia foi morta brutalmente por dois homens dentro da própria casa, na rua Alvino Olegário, no bairro Alipinho, na madrugada do dia de 23 de abril de 1999. 

O caso segue lento e a família da vítima se desespera a cada ano que passa, sem que a justiça seja feita. 
O crime chocou a região. A professora do Projeto Curumim foi espancada e morta com duas facadas, uma nas costas, pelo lado esquerdo, e outra que atravessou o pescoço. O assassinato bárbaro mostrou a frieza dos executores. Eles usaram um varal de nylon amarelo, cortado no próprio quintal, para estrangular Zelândia. O cabo da enceradeira foi cortado e usado para amarrar os braços para trás. No banheiro, uma toalha também cortada foi enfiada na boca de Zelândia para que os gritos fossem abafados. A cópia de um dos bilhetes entregues à polícia ainda é guardada pela família de Zelândia. O crime aconteceu pouco depois de meia-noite. 
Na época, Zelândia morava com Adilson Silva Bicalho que, a princípio, foi visto pela polícia como principal suspeito, uma vez que dias antes o casal tinha se desentendido e ele havia saído de casa. A linha de investigação tomou outro rumo e o ex-marido Edmilson entrou na mira da polícia.


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O CRIME
Na noite do crime, dois homens encapuzados entraram pela cozinha gritando que procuravam por Adilson. Eles falavam que tinham uma dívida de droga para acertar com o homem. As crianças acordaram assustadas e começaram a gritar. Foram levadas para o quarto e trancadas. Os homens pediram ainda que as crianças ficassem calmas porque eles iriam apenas conversar com a mãe.
Para que os gritos não fossem ouvidos, Zelândia foi amordaçada. Sem ouvir discussão, as crianças ficaram quietas e os vizinhos que ouviram o começo da confusão pensaram que a situação tinha sido resolvida e não chamaram a polícia. Somente na manhã do dia 23, quando as crianças acordaram e começaram novamente a gritar por ainda estarem trancadas, é que a tragédia foi descoberta. Zelândia foi encontrada morta deitada na cama, de bruços. A cena foi vista pelos filhos, na época uma menina com 7 anos e um garoto com 11. Muitos dos relatos das crianças foram usados pela polícia na tentativa de identificar o suspeito. 
Marilene Ferreira Marques, irmã da vítima, sempre esteve empenhada na busca de justiça. Na tarde de ontem, 26, ao tomar conhecimento do julgamento de Edmilson, ela se mostrou esperançosa. "Nunca perdemos a confiança na justiça dos homens", afirmou.
O delegado Alexsander Esteves Palmeira foi o titular das investigações e com base nos depoimentos de várias testemunhas e pessoas ligadas ao casal, que estava separado há quatro anos, indiciou Edmilson e Benedito de Oliveira por homicídio qualificado. Testemunhas afirmaram que mesmo após a separação, Edmílson perseguia a ex-mulher. O acusado pode pegar de 12 a 30 anos de prisão pelo crime. (Rodrigo Neto)


fonte: Diário Popular

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