Ex-presidente Lula é cogitado para socorrer escândalos na Fifa


ALESSANDRO DELLA
BELLA/AP
Zurique, Suíça. A Fifa enfrenta hoje o seu momento mais crítico em seus 107 anos de existência. Joseph Blatter pode ser eleito para seu quarto mandato. A entidade é assolada por uma pressão de chefes de Estado, patrocinadores e pelo Comitê Olímpico Internacional (COI) por mudanças profundas.

Blatter foi obrigado a passar a madrugada reunido com cartolas, fazendo concessões políticas e prometendo anunciar reformas e medidas de controle sobre a corrupção na Fifa. Isso tudo para tentar evitar um desastre. Ontem, o que era para ser uma festa na abertura do Congresso Anual da Fifa com direito a banquete, transformou-se em um palco de acusações contra os cartolas e até apelos para o adiamento das eleições.


O desespero da organização é tão grande que até o nome de Luiz Inácio Lula da Silva foi cogitado como alguém que poderia ser chamado para resgatar a credibilidade da Fifa. O ex-presidente brasileiro chegou a ser citado dentro do governo britânico como eventual solução à crise.


Blatter, que afastou o seu único rival na corrida pela presidência, o catariano Mohamed bin Hammam, abandonou o discurso que mantinha de que não existe crise. Para ele, as bases do futebol estão "abaladas".


Mas sua receita é que a "Família Fifa" deva se unir em torno dela para superar as dificuldades. "Pensei que vivíamos em um mundo de ‘fair play’. Infelizmente, vi que não é o caso. A nossa pirâmide da Fifa tem incertezas em sua base, e o futebol enfrenta ameaças", admitiu.


Para hoje, Blatter prometeu anunciar medidas para voltar a unir o mundo do futebol, combater a corrupção e lidar com esses "perigos". "Temos de proteger o futebol", disse, em um apelo à união da Fifa e em meio a aplausos hesitantes e cartolas sem graça.


Sua festa milionária, porém, transformou-se em um pesadelo. Inglaterra e Escócia pediram oficialmente o adiamento das eleições, enquanto pelo menos dez países asiáticos confirmaram que podem boicotar a votação, em represália a Blatter.


Jacques Rogge, presidente do COI, pediu "humildade" à Fifa diante da crise e comparou a situação aos escândalos de corrupção em sua entidade nos anos 90. "A Fifa está enfrentando alegações e controvérsias. Há anos, o COI também passou por isso. Mas saímos mais fortes com reformas internas. A humildade e reformas são as respostas", disse.


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