Hospital Siderúrgica: Ministério Público Federal intervém

EDMAR GOMES: “Não podemos dizer de imediato se as pessoas ficarão sem atendimento. Espero que não” - Foto: Lairto Martins/JVA Online
FABRICIANO – Após uma representação da Administração de Coronel Fabriciano junto ao Ministério Público Federal (MPF), sobre a crise financeira vivida pelo Hospital Siderúrgica, o Procurador da República em Minas Gerais, Edmar Gomes Machado, esteve nesta quinta-feira (07) em reunião com o prefeito Chico Simões (PT), para obter mais informações sobre a situação. Participaram da reunião também o secretário de Administração, Luís Henrique e o secretário de Saúde, Rubens Castro. O Procurador elaborará uma estratégia em relação às próximas medidas a serem tomadas, visando encontrar uma solução. Edmar afirmou que, em casos assim, a responsabilidade é de todos: município, Estado e União.

Edmar é Procurador da República desde 1996, já tendo atuado diretamente na Procuradoria da República no Município de Ipatinga. Após a reunião com Chico Simões, ele disse que está apenas iniciando o trabalho, que pode resultar numa solução para o Siderúrgica. “Eu vim aqui para poder saber qual a realidade local, o que está acontecendo. Temos que envolver outros atores, tem o Ministério Público Estadual, o Governo do Estado, além do Governo Federal. É apenas o início do trabalho, a gente não tem uma avaliação completa da situação ainda”, explicou o Procurador.
O Procurador informou que seu papel no caso é similar ao de um promotor, porém atuando em uma esfera federal. “Como a saúde é de responsabilidade dos municípios, do Estado e também da União, no caso de uma possível desassistência à população eu entendo que há uma responsabilidade da União. Neste caso iremos intervir. Em última análise, poderemos forçar a União a manter este atendimento de alguma maneira”, declarou Edmar.

Fechamento no dia 15
Indagado sobre a possibilidade de o Hospital Siderúrgica vir a fechar no próximo dia 15, o Procurador respondeu que esta decisão cabe aos administradores do hospital. “Temos que considerar que o hospital não é público, é privado. O que a Constituição assegura é a prestação do serviço de saúde à população. Se esta vai ser feita por este ou aquele hospital, já é outra história. Sobre o atendimento, os gestores de saúde é que têm que responder. Além deles, quem pode falar sobre isto é o prefeito, o Governo do Estado e a União. Estamos começando um trabalho, não podemos dizer de imediato se as pessoas ficarão sem atendimento. Espero que não. Se isto acontecer, em última análise, a gente entra com uma ação na justiça e pede ao judiciário que tome decisões”, afirmou o Procurador da República.

Próximos passos
Assim como esteve com o prefeito de Fabriciano, o Procurador da República pretende ter reuniões com os demais órgãos envolvidos no caso. “Iremos conversar com representantes do Estado e da União e também procurar o Ministério Público Estadual, para que a gente possa ter uma ação coordenada, conjunta. A responsabilidade é de todos, da União, do Estado e dos municípios. Saúde pública demanda uma atenção especial. A informação que um hospital está fechando e que isto pode comprometer o atendimento da população na região nos leva a dar uma atenção especial a este caso”, declarou Edmar Gomes.

Prefeito espera que Procuradoria veja “onde está o erro”

Após a visita do Procurador da República, o prefeito de Coronel Fabriciano, Chico Simões (PT), afirmou que ainda tem esperança em uma solução para a crise na saúde que a cidade tem passado. “Não chegamos ao fundo do poço. O Siderúrgica está em Fabriciano, mas faz parte do SUS e qualquer alteração tem impacto na região, e não só em Fabriciano. Fiz um histórico breve nos últimos seis anos, e este problema sempre vem acontecendo, sempre o Hospital tem estado em crise. Então, a situação é a seguinte: ou dá ou racha”, disse o prefeito.

Responsabilidades
O prefeito do PT disse que espera do MPF que encontre onde está o culpado desta crise. “Vamos colocar todo mundo na mesma fornada: administração municipal, estadual, federal, direção do hospital, direção da associação e vamos ver onde está o erro. Se for Fabriciano, eu vou pagar por isto. Se for União ou o Estado, temos que cobrar responsabilidade. Não dá é pra continuar com esta resposta evasiva”.

Fonte: JVA online

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