Ministério Público constata superlotação no Hospital Márcio Cunha

A PASSEATA dos servidores em greve percorreu algumas das principais ruas do centro de Ipatinga - Foto: Lairto Martins/Portal JVA online
IPATINGA – Dois dias após o início da greve dos servidores municipais de Ipatinga a situação de estabelecimentos públicos, como o Hospital Municipal, é crítica. Com apenas 30% dos funcionários trabalhando, muitos pacientes ficam por mais de 10 horas na fila de espera aguardando atendimento. A situação se agrava ainda mais diante da paralisação do Hospital Siderúrgica, em Coronel Fabriciano. De portas fechadas desde o último dia 15 de julho, grande parte dos pacientes que seriam recebidos no Hospital vem para Ipatinga. Com isto, o Hospital Márcio Cunha, que é referência em atendimento no Vale do Aço, vive um caos, com leitos superlotados e lentidão no atendimento dos pacientes.

“A situação é inusitada e grave. O Hospital Márcio Cunha tem limites físicos e humanos. Estamos atendendo a nossos pacientes dentro deste limite. Os casos mais graves são diagnosticados na triagem do Pronto Socorro e têm prioridade”, pontua José Carlos de Carvalho Gallinari, diretor do HMC. A convite dele, a Promotoria de Justiça realizou, na tarde desta quarta-feira (27), uma inspeção no Pronto Socorro (PS), e constatou superlotação da unidade. Foram encontrados corredores lotados de macas, funcionando como enfermarias. Pelo menos 40 pacientes estavam sendo medicados no corredor do local, mas os repórteres que acompanharam a inspeção não puderam registrar com fotos o ambiente. “Essa medida é para preservar a imagem dos nossos pacientes, que muitas vezes não querem ser vistos no jornal”, explicou Gallinari.

Após a vistoria, o promotor de justiça Walter Freitas de Moraes Júnior e a direção do Hospital Márcio Cunha se reuniram de portas abertas com a imprensa. Na oportunidade, o promotor solicitou que a direção do HMC envie nesta quinta-feira (28) um relatório estatístico, com fotos e o que mais for necessário, sobre a atual realidade do local. “Estou em Ipatinga há oito anos e é a primeira vez que encontro o Hospital Márcio Cunha nessa situação”, falou.

Polícia
O diretor do Hospital Márcio Cunha, José Gallinari, informou que irá pedir reforço policial na porta do estabelecimento. “É uma medida preventiva, para evitar tumultos, enquanto a situação não se normaliza”, falou, para continuar: “Um dos motivos agravantes na morosidade do atendimento é a obra de ampliação que está sendo realizada no Hospital e dificulta o acesso dos pacientes”, acrescentou.

Sintserpi
Em conversa com a reportagem do Jornal VALE DO AÇO, a presidente do Sindicato dos Servidores Municipais de Ipatinga (Sintserpi), Elenir de Lima disse que apesar de toda essa situação, a greve não vai parar. “Vamos continuar com a greve até que as nossas reivindicações sejam atendidas”, afirma.

De acordo com ela, há setores administrativos municipais em toda a cidade que já aderiram à greve. “Já tivemos um aumento de cerca de 20% de pessoas desde o início da manifestação. Aos poucos, as pessoas vão aderindo ao movimento e ele vai ganhando força. É dessa forma que vamos alcançar nosso objetivo”, conclui.

Nesta quarta-feira (27), os servidores públicos saíram em passeata pelo centro de Ipatinga, fazendo um apitaço e gritando palavras de ordem.

Fonte: JVA online

0 comentários: