8,5 quilos de maconha 'requintada' apreendidos em Fabriciano

Polícia Civil localizou a droga em um lote vago próximo ao quartel da Polícia Militar no bairro Belvedere

FABRICIANO - Traficantes usaram um lote vago situado a menos de 250 metros do quartel da Polícia Militar de Coronel Fabriciano para guardar quase nove quilos de maconha, que estavam escondidos em uma mala de viagem.
A droga foi localizada pela Polícia Civil por volta das 6h de ontem. Na bolsa, havia sete tabletes prensados de maconha e outras 25 buchas menores prontas para o comércio. Uma porção menor foi localizada no bairro Floresta.
De acordo com o delegado Gustavo Cecílio, os entorpecentes estavam em dois locais diferentes. Ele disse que a maconha apreendida ontem é de um tipo diferente da que é vendida usualmente na região.
"A primeira informação da perícia foi que se tratava de uma droga muito mais pura do que as maconhas que têm chegado aqui. Essa droga é conhecida como maconha hidropônica, cultivada na água. Segundo informações extra-oficiais, o valor aproximado da mercadoria é de R$ 20 mil", comentou. Além das porções de maconha, uma arma de fogo calibre 32 também foi recuperada pela PC. 
As investigações que culminaram com a apreensão dos entorpecentes começaram em fevereiro deste ano. "A arma vai ser periciada e estamos levantando junto ao cadastro do registro nacional para saber se o revólver foi usado para a prática de infração penal. Noventa por cento dos crimes cometidos têm como pano de fundo o tráfico de drogas. Dessa vez não foi diferente. Investigávamos um crime distinto e chegamos ao tráfico de drogas", atestou o delegado. 

ROTA DO TRÁFICO
As investigações apontaram que o destino final da droga não era Coronel Fabriciano. A maconha seguiria pela região norte de Minas até chegar ao Nordeste de país.
"Não vamos externar quais seriam as pessoas envolvidas para não atrapalhar o restante das investigações. Essa é uma quadrilha bastante complexa e numerosa, com ramificações na região de Governador Valadares, Belo Horizonte e no exterior. Aqui era somente um ponto de venda e distribuição dessa droga", revelou Gustavo. 
O que mais chamou a atenção dos policiais foi a ousadia dos criminosos em esconder a droga tão próximo à PM. "Parte da droga foi encontrada no bairro Floresta, que é uma região menos nobre da cidade. Já no bairro Belvedere, por se tratar de um local nobre, não temos o costume de fazer apreensões nesse sentido. As investigações prosseguem e alguns envolvidos já foram identificados", contou.
Gustavo também relatou que sua equipe ficou nas imediações do quartel da PM durante toda a madrugada de ontem. A intenção era flagrar o momento que o proprietário da droga viria buscar a bolsa de viagem.

'ASU'
Os tabletes de maconha encontrados na manhã de ontem continham a sigla ASU inscrita do lado de fora das embalagens. O delegado Gustavo informou que as sílabas indicam a origem do entorpecente. 
"Outras quadrilhas já foram presas com mercadoria com a mesma sigla. Essa droga teria origem no Paraguai, vindas de cidades como Assunção ou Cidade do Leste. A rota do tráfico mais uma vez passa por Belo Horizonte até chegar à região do Vale do Aço. Contudo, aqui a polícia tem feito o papel dela e tentado extirpar esse câncer que é o tráfico de drogas", argumentou.
Fonte: Diário Popular