Enciumado, rapaz mata amigo a golpes de foice em Timóteo

Schineyder Michael foi preso em flagrante pela morte de Roberto Luciano (abaixo), assassinado a golpes de foices no distrito de Cachoeira do Vale
27-10-2011 10:22
Roberto Luciano de Moura,
de 41 anos
TIMÓTEO - O pintor Schineyder Michael Silva, de 21 anos, foi preso em flagrante na manhã de ontem (26) pelo assassinato do ajudante Roberto Luciano de Moura, de 41 anos. Os dois se desentenderam na noite de terça-feira (25), quando Roberto tentou agarrar uma menor de 13 anos. 
O homicídio ocorreu na rua Santa Mônica, no distrito de Cachoeira do Vale, em Timóteo. A polícia só soube do crime por volta das 7h desta quarta-feira, quando uma irmã da vítima o encontrou caído, já sem vida, no chão da residência. Roberto morava sozinho.
A adolescente de 13 anos presenciou parte da execução e contou à reportagem como tudo aconteceu. A moça estava na casa de Schineyder quando, por volta da meia-noite, ele saiu para ir até um bar. Foi nesse intervalo de tempo que Roberto se aproveitou da ausência do namorado dela, invadiu o imóvel e tentou beijá-la à força.
"Estava conversando com o Schineyder quando ele saiu para comprar uma cachaça. Daí apareceu o Beto que tentou me agarrar, mas o empurrei com força e ele me arranhou no braço. Quando o Schineyder voltou, ele percebeu que meu braço estava vermelho e perguntou o que houve, então contei tudo para ele", explicou.

O CRIME

Mas a reação do namorado da adolescente foi ainda mais violenta que a de Roberto. A adolescente confessou que o namorado tentou sufocá-la e ainda lhe desferiu tapas e mordidas pela face. Depois das agressões, Schineyder se armou com uma foice e foi até a casa de Roberto para tirar satisfação e arrastou a adolescente com ele.
"Ele me jogou na cama, mordeu na bochecha, me estrangulou e disse que iria me matar, então comecei a gritar. Fomos até a casa do Beto, o Schineyder chamou por ele na porta. Quando ele abriu, o Schineyder já deu um golpe, mas acertou na porta", detalhou a menor.
Após desferir os primeiros golpes contra Roberto, Schineyder descuidou e a menor conseguiu fugir para a casa de sua mãe. Ela disse que depois do ocorrido, não viu mais o namorado.

ENVOLVIMENTO COM DROGAS

Segundo o tenente Charles Paulino, logo que a Polícia Militar foi acionada, várias viaturas foram até o local e as informações obtidas davam conta de que Schineyder tinha praticado o homicídio contra Roberto.
"Depois que matou, o Schineyder voltou para o bar e fingiu que nada tinha acontecido. Depois, ele foi se drogar com um outro rapaz. Inicialmente, quando questionamos se ele tinha matado, ele negou e disse que não sabia de nada. Mas, conversamos com o rapaz que estava com ele durante a madrugada e ele confirmou que Schineyder tinha praticado o crime", informou o militar.
A namorada de Schineyder disse que o rapaz é usuário de droga, especialmente crack e maconha. Ele inclusive estaria sob o efeito delas no momento do crime. Mas Schineyder contestou a informação dada pela menor. 

VERSÃO DIFERENTE

A PM também interrogou a adolescente, que presenciou o início do homicídio. Com o testemunho de outras pessoas, Schineyder acabou confessando o crime. Mas com uma versão diferente dos fatos.
Segundo o autor, no momento do crime ele não estava drogado, mas apenas sob efeito de álcool. Schineyder disse que nem discutiu com Roberto. 
O rapaz confirmou que saiu de casa para comprar uma bebida e que na volta percebeu que a namorada tinha sido agredida pelo vizinho.
"Saí para comprar uma cerveja e larguei a menina, que estava ficando em casa. Até deixei o portão aberto, pois não ia demorar. Enquanto fui lá e voltei ela estava toda estranha. Então forcei até ela me contar o que tinha acontecido. Ela me contou que o Roberto tinha ido até a minha casa e passado a mão nela", lembrou. 
Com isso, Schineyder disse que foi até a casa do vizinho apenas para conversar. "Conversei com ele, só que ele partiu para a ignorância comigo e pegou faca para mim. Então, fui em casa e nessa hora a moça que estava comigo até tentou me segurar. Mas mordi no rosto dela, peguei a foice e voltei na casa dele. Na hora que ele abriu a porta eu dei nele várias cepadas", afirmou. Segundo a perícia, a vítima foi atingida oito vezes, sendo três vezes na cabeça, duas no pescoço e outras duas no peito. O corpo de Roberto foi removido para o IML de Ipatinga.
Após o crime, Schineyder dispensou a foice usada para golpear Roberto em um área próxima ao rio Piracicaba. A PM até tentou recuperar o objeto, mas não foi possível.
"Nem teve discussão pois na hora que ele pegou faca pra mim, fui embora na hora. Nós moramos perto. Foi só enquanto eu entrei na minha casa, voltei na casa dele de novo. A droga que eu usei foi a bebida", reforçou.

VIOLÊNCIA 

Questionado se havia alguma outra forma de resolver o problema com Roberto, de maneira menos violenta e que não acabasse em morte, Schineyder disse que a vítima era um homem safado. "Ele estava errado, ele não poderia jamais estar dentro da minha casa e me desrespeitar, entendeu. Ele era meu colega, tínhamos amizade e conheço toda a família dele. Mas, entrar dentro da minha casa e faltar com respeito, passar a mão numa mulher minha? Não tinha outra alternativa. O que fiz não acho que seja errado, pois ele foi muito safado. Foi um desaforo, fui até a casa dele com qualquer intenção mesmo. Ele sempre foi safado com outras mulheres minhas, mas elas falavam para eu não dar ideia. Ele mexia com todas as mulheres para o beco afora", acusou Schineyder.



Fonte: Diário Popular

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