14-11-2011 17:41
Uma pesquisa do ex-secretário-adjunto de Educação de Minas, João Filocre, mostrou que professores da rede pública de ensino do Estado erraram quase 30% das questões aplicadas no ano passado a alunos em um teste de avaliação de desempenho do ensino médio realizado duas vezes ao ano. Os professores de física erraram 28%. Em português e geografia, o percentual chegou a 26%.
O estudo foi divulgado pelo coordenador do grupo de pesquisa em avaliação educacional da Universidade Federal de Juiz de Fora (UFJF) e ex-secretário João Filocre durante um seminário internacional sobre formação de professores, em São Paulo.
Segundo Filocre, como os professores não recebem o gabarito das provas que são aplicadas aos alunos, eles precisam fazer o exames e explicar o conteúdo das questões que tiverem erro. "O professor usa isso para saber como vão seus alunos, e a gente fica sabendo como é que eles estão", afirmou Filocre, durante o seminário.
O estudo não foi reconhecido pela Secretaria de Estado de Educação. Segundo o órgão, os dados são usados internamente para o desenvolvimento de cursos de aprimoramento dos profissionais, que fazem as questões voluntariamente, sob a condição de sigilo. A secretaria afirmou que não passou nem autorizou o uso das informações pelo pesquisador.
A coordenadora do Sindicato Único dos Trabalhadores em Educação (Sind-UTE), Beatriz Cerqueira, afirma que os dados são questionáveis por não considerarem se o profissional é habilitado na área em que atua e por não ter nenhum acompanhamento técnico na apuração do resultado. Mas ela reconhece que há problemas na preparação dos profissionais que atuam na rede pública. "Hoje há uma defasagem de profissionais habilitados para atuação no nível médio, e o Estado contrata pessoas sem a formação na área".
A professora aposentada de matemática, Idalina Franco, 53, critica a falta de investimentos do Estado na reciclagem dos profissionais. Segundo ela, os servidores precisam trabalhar em até três turnos para conseguir um bom salário. "E não sobra tempo para investirmos em aprimoramento".
Filocre mostrou também que, em uma pesquisa feita há sete anos, mas divulgada somente neste ano, os professores não sabiam conteúdos básicos. Entre os docentes de história, por exemplo, mais de 70% erraram uma pergunta de física e cerca de 40% se enganaram em uma pergunta de biologia.
João Filocre foi procurado pela reportagem, mas informou que só vai falar sobre o assunto na quarta-feira. (Com agências)
O estudo foi divulgado pelo coordenador do grupo de pesquisa em avaliação educacional da Universidade Federal de Juiz de Fora (UFJF) e ex-secretário João Filocre durante um seminário internacional sobre formação de professores, em São Paulo.
Segundo Filocre, como os professores não recebem o gabarito das provas que são aplicadas aos alunos, eles precisam fazer o exames e explicar o conteúdo das questões que tiverem erro. "O professor usa isso para saber como vão seus alunos, e a gente fica sabendo como é que eles estão", afirmou Filocre, durante o seminário.
O estudo não foi reconhecido pela Secretaria de Estado de Educação. Segundo o órgão, os dados são usados internamente para o desenvolvimento de cursos de aprimoramento dos profissionais, que fazem as questões voluntariamente, sob a condição de sigilo. A secretaria afirmou que não passou nem autorizou o uso das informações pelo pesquisador.
A coordenadora do Sindicato Único dos Trabalhadores em Educação (Sind-UTE), Beatriz Cerqueira, afirma que os dados são questionáveis por não considerarem se o profissional é habilitado na área em que atua e por não ter nenhum acompanhamento técnico na apuração do resultado. Mas ela reconhece que há problemas na preparação dos profissionais que atuam na rede pública. "Hoje há uma defasagem de profissionais habilitados para atuação no nível médio, e o Estado contrata pessoas sem a formação na área".
A professora aposentada de matemática, Idalina Franco, 53, critica a falta de investimentos do Estado na reciclagem dos profissionais. Segundo ela, os servidores precisam trabalhar em até três turnos para conseguir um bom salário. "E não sobra tempo para investirmos em aprimoramento".
Filocre mostrou também que, em uma pesquisa feita há sete anos, mas divulgada somente neste ano, os professores não sabiam conteúdos básicos. Entre os docentes de história, por exemplo, mais de 70% erraram uma pergunta de física e cerca de 40% se enganaram em uma pergunta de biologia.
João Filocre foi procurado pela reportagem, mas informou que só vai falar sobre o assunto na quarta-feira. (Com agências)
"Números revelam fragilidade"
O presidente da Federação das Associações de Pais e Alunos das escolas públicas do Estado de Minas Gerais, Mário de Assis, disse que os números revelam a fragilidade do ensino público em Minas. "Nosso filhos ficam a mercê da falta de conhecimento", criticou.
Ele ainda defendeu a valorização da educação e dos professores, mas lamentou o resultado da avaliação. "Parabéns por ele mostrar a verdade, mas lamento pelo professor Filocre ter ficado tanto tempo no poder e não ter feito nada para mudar essa realidade", enfatizou. (CG)
Ele ainda defendeu a valorização da educação e dos professores, mas lamentou o resultado da avaliação. "Parabéns por ele mostrar a verdade, mas lamento pelo professor Filocre ter ficado tanto tempo no poder e não ter feito nada para mudar essa realidade", enfatizou. (CG)
Fonte: O Tempo
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