PÓS-2014 - Kalil põe em xeque administração do 'novo' Mineirão

Debate. Os principais dirigentes do futebol mineiro participaram de seminário sobre direito desportivo na sede da OAB-MG, no bairro Cruzeiro
GUSTAVO ANDRADE
Em vez de solução, o novo Mineirão pode ser um grande problema do futebol mineiro nos próximo anos. O alerta é do presidente do Atlético, Alexandre Kalil, preocupado com o modelo de gestão compartilhada que envolverá o governo do Estado, a iniciativa privada e os clubes.

O dirigente, que participou ontem de um seminário de direito desportivo, disse que não foi consultado sobre o modelo, previsto no edital de reforma do estádio. O Consórcio Minas Arena, que venceu a licitação, irá gerir o estádio por 25 anos. 

"Essa Copa vai entregar um estádio e um problema, que deve ser olhado com carinho. É mais fácil viabilizar o novo Independência do que o Mineirão, onde Atlético, Cruzeiro e América serão empregados de empresas privadas, que não tomaram conhecimento e não trataram com os clubes", alegou Kalil.

Durante o período de vigência do contrato, 15 mil assentos ficarão sob a responsabilidade da concessionária, que também irá explorar bares e lojas. Já os clubes terão direito às rendas do estacionamento e da bilheteria referente a cerca de 54 mil lugares.

"Como é no mundo todo, o picolé que é vendido no estádio, o Atlético tem que ganhar. Questão de sentar e dar ingresso. Isso, muito obrigado. Porque, em 24 horas, o Atlético consegue fazer um estádio próprio. Proposta imoral igual a essa eu tive dez", ressaltou.

TV. Sobre o contrato firmado com a Rede Globo para a transmissão dos jogos do clube, Kalil disse que o acordo foi unilateral. "Juridicamente, o contrato é tão leonino (expressão jurídica em que uma das partes leva vantagem) que ele perde, segundo meus assessores, o valor jurídico, tamanho é o contrato unilateral", disse. 

Sem falar em valores, o presidente defendeu que os clubes de Minas deveriam receber um aporte maior por causa da grandeza do Estado na economia nacional. 

Queixa. Ele também acha que os valores de Atlético e Cruzeiro deveriam ser superiores aos dos gaúchos pelo fato de a cobertura televisiva em Minas ser maior e de os clubes mineiros só perderem para Flamengo, Corinthians, Palmeiras e São Paulo na venda de pay-per-view. (O TEMPO)



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