Usuários do SUS encontram dificuldades para serem atendidos em Ipatinga

Imagem: Reprodução InterTV dos Vales
As imagens feitas por meio de um celular mostram os corredores do Hospital Municipal de Ipatinga. Os pacientes ficam em macas ou até colchões. Foi em um deles que a mulher de Edson Martins Paiva, supervisor de frotas, passou três noites na semana passada. Com diagnóstico de Apendicite, aguardava uma vaga para fazer a cirurgia em um outro hospital, já que no Pronto Socorro de Ipatinga o procedimento não era realizado. Só no quarto dia ele recebeu a notícia tão esperada: a mulher seria transferida para o Hospital Vital Brazil e foi operada. Ele conta que o médico o informou que a operação teria corrido bem, mas que o Apêndice de sua esposa já estava no limite de supurar (infeccionar) e caso isso acontecesse o estado dela iria se complicar.

A Central de Leitos do Vale do Aço foi criada em 2006 para organizar as internações em 33 municípios. Funciona 24 horas por dia e 22 operadores recebem as solicitações. Juntos, os dez hospitais da região têm 866 leitos do SUS. O deficit é de 845 leitos. A Organização Mundial da Saúde, recomenda que existam quatro leitos para cada grupo de mil habitantes. Na região essa média é de 2,5%.

Não é só o pequeno número de vagas no hospitais que contribui para a gravidade do quadro clinico da saúde no Vale do Aço. Alguns atendimentos que poderiam ser feitos em cidades menores, são transferidos para Ipatinga e causam sobrecarga. De acordo com Sávio Ulhôa, coordenador da central de leitos da região, há um deficit muito grande com relação aos pacientes ortopédicos, neurocirúrgicos e cardiovasculares.

Se não há vaga, os pacientes precisam esperar ou são transferidos para outras regiões do estado, a maioria para a capital. Sávio explica que todos os diretores de hospitais, inclusive os políticos da região devem estar empenhados em conseguir alavancar as verbas necessárias para que se dê um atendimento digno para os usuários do SUS. 

O cidadão que paga os seus impostos em dia, reforça a cobrança. Edson disse que tem que mudar a forma de atendimento e que ele espera que os políticos que foram em sua casa pedir votos que mudem essa situação. 

A Prefeitura de Ipatinga informou que, por enquanto, não existe previsão de investimentos para a abertura de novos leitos no hospital municipal, mas que trabalha para agilizar as transferências. Sobre os pacientes que ficam no chão a espera de atendimento mostrados na reportagem, não quiseram se pronunciar.

Fonte: In360

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