IPATINGA – Quinze dias depois de ter sido baleado em Ipaba, Marciano Sousa Basílio, de 23 anos, não resistiu aos ferimentos e morreu na tarde desta segunda-feira (11), no Hospital Márcio Cunha (HMC), em Ipatinga. Ele recebeu um tiro na cabeça no último dia 26 de junho após se envolver em uma confusão na comunidade de Boachá. O autor do disparo, o carpinteiro e comerciante José Osvaldo Teixeira, 37, se apresentou na Delegacia de Polícia Civil e alegou legítima defesa. Ele está em liberdade.
Marciano foi baleado na noite de um domingo. O pai dele, o pastor evangélico João Basílio da Silva, 45, ministrava um culto em uma igreja próximo ao local do crime, ouviu os disparos e parou a cerimônia religiosa para tentar salvar o filho. O rapaz recebeu um tiro na cabeça e foi socorrido às pressas ao HMC. Graças à intervenção de João, ele não recebeu mais tiros e foi levado ainda com vida para o hospital.
Marciano foi alvejado por José Osvaldo após uma confusão nas imediações de um bar. Testemunhas informaram que a vítima e o autor confesso do crime têm uma rixa antiga. O comerciante chegou a fugir em Fiat Uno prata, mas depois se entregou à Polícia Civil. “O problema do meu filho com José Osvaldo era uma encrenca passada. Vieram me avisar na hora que Marciano foi baleado. Saí correndo da mesma forma que eu estava dirigindo um trabalho da igreja, com paletó e gravata”, descreveu João Basílio. Assim que o pastor se aproximou do lugar onde o filho foi baleado, José Osvaldo teria o ameaçado e ainda o agredido com coronhadas. “Eu fui conversar com ele (o comerciante), que tentou atirar mais duas vezes contra meu filho, pois queria acabar de matá-lo. Deus interveio e me deu a vitória, pois a arma falhou. Os tiros mascaram e Marciano foi salvo”, declarou João Basílio, acreditando que o filho sobreviveria ao disparo na cabeça.
Apresentação na delegacia
O carpinteiro e comerciante que atirou contra Marciano se apresentou na Delegacia de Polícia Civil de Ipaba no final da manhã do dia 29 de junho. Acompanhado do advogado Celso Emygdio Alves, ele prestou depoimento ao delegado Ricardo Cesari e confessou ter efetuado o disparo contra a vítima. “Tão logo a tentativa de homicídio ocorreu, eu empenhei todos os investigadores aqui da delegacia de Ipaba e exigi a mais rápida apuração do caso. O autor do crime foi identificado, mas estava foragido. Já durante a apresentação, ele confessou que estava escondido no mato e com medo de represálias de familiares e amigos de Marciano”, informou Ricardo Cesari, afirmando que José Osvaldo resolveu se entregar e admitir que tentou matar o rapaz porque se sentiu pressionado. “Ele nos confessou, informalmente, que o cerco estava se fechando, já que nossos policiais tinham pistas e indícios de sua localização no matagal”, revelou o delegado no dia que autor do crime se apresentou.
Arma
A arma usada para atirar em Marciano, uma garrucha de cano duplo calibre 22, foi entregue pelo comerciante na delegacia no dia da apresentação dele. Na ocasião, José Osvaldo prestou depoimento e foi liberado. “Se nós tivéssemos o capturado nesta quarta-feira (dia 29 de junho), eu iria entrar com uma representação de prisão preventiva junto ao Poder Judiciário. Entretanto, isso não é necessário, pois a apresentação na delegacia foi espontânea e também temos ciência da localidade que ele vai residir e pernoitar”, explicou Cesari nos dias que sucederam o fato, lembrando que o comerciante não tinha passagens na polícia até tentar matar Marciano.
Fonte: JVA online
Baleado em Ipaba, rapaz de 23 anos morre no Hospital Márcio Cunha
às 11:05
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