PMs de Fabriciano são presos por atirar contra ex-detento

O advogado Ramon Gomes: “Um dos PMs sacou um revólver e falou que ‘de hoje ele não passaria’ e que ia matá-lo de qualquer maneira” 
FABRICIANO - Durante uma operação policial realizada na noite de quinta-feira (14), no bairro Santa Terezinha, o ex-presidiário Magno Victor da Silva foi baleado. A vítima afirmou que os disparos partiram de dois policiais militares que o abordaram na porta da residência de sua sogra.
Parentes da vítima relataram à Polícia Militar que os dois policiais chegaram à porta do imóvel, estacionaram a viatura e chamaram por Magno. Depois de pouca conversa o homem foi baleado à queima-roupa pelas costas.
"Foi tudo muito rápido, a viatura estacionou e os policiais mandaram o Magno colocar a mão na cabeça. Ele falou com os militares que não podiam entrar na casa. O policial disse que não queria saber de nada e logo deu um tiro nas costas dele. Depois do disparo eles foram embora", contou o rapaz.
A testemunha, que não quis se identificar por medo de represália, disse que os militares não prestaram socorro à vítima. Ele contou ainda que logo após terem saído, os policiais voltaram ao local para buscar a cápsula da bala que feriu Magno. O rapaz estava na mesma casa em que a vítima.
"O Magno tentou correr do policial, mas não teve como, pois ele já caiu depois do tiro. Ele não tentou reagir, ele foi baleado na covardia", falou. 

SOCORRO
Magno foi socorrido para o Hospital Vital Brazil por um homem que passava pelo local. 
Ele revelou que foi ameaçado diversas vezes quando estava na rua. O militar o chamava de ladrão, inclusive dizendo que ia prender e matá-lo.
"Ele não podia me ver na rua que implicava comigo. Quando me viu, ele disse que aquele era meu dia e atirou em mim. Sentei na porta da rua e ele atirou. Eles entraram na viatura e foram embora", informou Magno no leito da unidade hospitalar. O disparo perfurou o pulmão da vítima. 

RECONHECIMENTO
Logo após o ocorrido a família do rapaz convocou o advogado Ramon Santos Gomes para acompanhar o caso. Ele esteve com Magno no hospital e obteve informações de como aconteceu a tentativa de homicídio.
"Ele disse que foi muito rápido e não conseguiu identificar a pessoa. Outro fator que impossibilita saber o nome do autor é que ele não sabe ler, é analfabeto. Mas ele afirmou que os policiais estavam fardados e no Tático Móvel da PM", comentou.
Ramon falou que vai tomar as providências cabíveis para apurar quem foi o policial militar que praticou o ato.

POLICIAIS
Os dois policiais militares que foram acusados da tentativa de homicídio contra Magno Victor foram levados para a sede do 14° Batalhão de Polícia Militar, em Ipatinga. Eles foram ouvidos pela autoridade militar e aguardam a convocação da justiça. Os nomes foram preservados até que as investigações sejam concluídas. 

Fonte: Diário Popular

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