PRESSÃO - Cúpula do Atlético vai à Cidade do Galo e mostra que a hora é de muita cobrança


Dia cheio. Após se reunir com os jogadores longe da imprensa, o presidente Alexandre Kalil teve uma conversa com a comissão técnica
FOTOS LEO FONTES

Protestos na chegada do time no aeroporto de Confins, como o que aconteceu anteontem, não é novidade na história atleticana recente. Mas, desta vez, a cobrança chegou prematuramente, pelo menos no entendimento do técnico Dorival Júnior, que passou por situação semelhante no comando do Cruzeiro, em 2007.

Na ocasião, a equipe celeste ficou sete jogos sem vencer e a delegação cruzeirense foi recebida com chuva de pipocas. Mas, o treinador e sua equipe deram a volta por cima e o Cruzeiro terminou em quinto lugar, classificado para a Libertadores do ano seguinte.

"As cobranças no nosso país acontecem muito cedo, as pessoas não deixam acontecer os fatos. Nós já criamos uma situação de acusação, antes das coisas acontecerem. E, no futebol, isso é mais rápido ainda. Por isso que eu falo que o contrato de um treinador é semanal", destacou o treinador alvinegro ontem.

O Galo está há seis jogos sem vencer. Com os resultados da última rodada, entrou pela primeira vez na zona de rebaixamento. Ontem, na Cidade do Galo, Dorival Júnior, os jogadores e a diretoria renovaram os votos de confiança na equipe.

Durante mais de uma hora, o treinador conversou com os atletas no hotel do centro de treinamento. Posteriormente foi a vez de Dorival se reunir com o presidente Alexandre Kalil e com o diretor de futebol Eduardo Maluf. Não houve conversa da direção com os atletas que, no entanto, os proibiu de falar com a imprensa nessa sexta-feira.

Maluf, que falou em nome do presidente - que está suspenso pelo Superior Tribunal de Justiça Desportiva (STJD) -, dá razão às criticas, mas acredita na recuperação do time.

"Estamos na oitava rodada. Teve clube que ficou quatro na zona (de rebaixamento) e não teve nenhuma atitude como a de ontem (anteontem, no aeroporto). Esse símbolo de perder seis jogos é comum em pontos corridos", ressaltou.

O diretor de futebol voltou a falar que o técnico Dorival Júnior está prestigiado. "Eu sou profissional do futebol eu não posso tomar minha decisão na opinião das outras pessoas. Eu sou contra a troca, ela tem que ser no momento oportuno", destacou.

O dirigente ressaltou também que, no ano passado, Vanderlei Luxemburgo só foi demitido porque Dorival estava disponível no mercado.

Apesar disso, Maluf não quis falar do futuro do treinador em caso de mais um revés no domingo, diante do América. "Eu gosto de falar do presente. O que vai acontecer domingo, a gente tem que esperar", ponderou o dirigente.

Poucas alterações amanhã
Na coletiva de imprensa, após o treino de ontem, o técnico Dorival Júnior não quis adiantar a equipe que enfrenta o América, no domingo. Ele apenas falou que vai manter entre 70% e 80% dos jogadores que atuaram contra o Ceará, em Fortaleza, e que o goleiro Giovanni segue na meta alvinegra. O coletivo apronto deve ser realizado na manhã de hoje.

O treinador já sabe que não vai poder contar com o lateral esquerdo Leandro e com o atacante Guilherme. O primeiro teve constatado um estiramento grau 3 no músculo adutor da coxa esquerda. O segundo, teve um estiramento de grau 1 na coxa direita. O departamento médico do clube não deu previsão de retorno.


O lateral esquerdo Guilherme Santos, o lateral direito Patric e o meia Daniel Carvalho, que cumpriram suspensão, podem voltar.


Contratações. O diretor de futebol Eduardo Maluf disse ontem que o clube deve contratar um atacante, um meia-atacante e um lateral direito. O dirigente, no entanto, não revelou nomes.


Sobre os gestos obscenos de Guilherme Santos para a torcida, no jogo contra o Internacional, Maluf disse que o jogador foi multado em 40% do salário. A respeito da ameaça de agressão do volante Richarlyson a um torcedor, no aeroporto, o dirigente disse que o atleta apenas reagiu após ser tocado. (TN)

Fonte: O Tempo

0 comentários: