Maria Geralda falou o que ficou sabendo acerca da confusão que originou a briga e conseqüente morte do filho. Ela acredita que tudo tenha sido iniciado por amigos do rapaz |
FABRICIANO – A morte de Arleson Gonçalves Barbosa, de 17 anos, ainda tira o sono da família e amigos do rapaz. Eles estão completamente revoltados. Na madrugada do último domingo (6), o jovem foi morto a canivetadas após uma confusão durante uma festa denominada “Skolacho”, no salão paroquial de Mesquita, situado na Rua Raul Ferreira Maia, no Centro. Ele recebeu a maioria dos golpes no tórax. Uma garota de 15 anos foi apontada como a responsável por matar Arleson. Ela foi apreendida pela Polícia Militar e encaminhada à delegacia. Prestou depoimento e foi liberada.
O adolescente residia no Córrego dos Bertoldos, na região dos Cocais, em Coronel Fabriciano. A reportagem do jornal VALE DO AÇO esteve nesta sexta-feira (11) na casa da mãe dele, Maria Geralda Barbosa, 40. Ela estava indignada e pedia providências das autoridades. “Todo mundo aqui no Cocais conhecia meu filho. Podem procurar e vocês vão descobrir que ele era um menino trabalhador. Uma criança que trabalhava para comprar remédios para a família. Ele foi à festa com os amigos dele e acabou morrendo. Sempre eles iam a festinhas. Eu estou abalada demais e quero justiça. Trazer ele de volta não traz, mas quero justiça”, declarou a mulher, que chorava e estava muito emocionada.
No dia do assassinato, testemunhas afirmaram que Arleson foi agredido por um grupo de pessoas antes de ser esfaqueado pela garota e morrer. A adolescente chegou a confessar o crime e dizer que não estava arrependida. Ela falou que foi agredida com um tapa no rosto desferido por Arleson. “A família não acredita nisso, pois meu menino era até bobo. Eu sempre falava com ele para não confiar nos outros, pois não tinha maldade. Arleson foi para Mesquita com dois amigos. Um dos meninos é abobado também, mas o outro já há reclamações dele. Meu filho não era de freqüentar Mesquita. Acho que foi lá umas duas vezes”, comentou Maria Geralda. Ela complementou: “Os amigos de Arleson falaram que, quando chegaram perto da confusão, meu filho já estava morto e caído lá no chão. Só que a gente não sabe direito como tudo aconteceu. Cada um fala uma coisa e não sabemos quem está dizendo a verdade”.
Briga
Indagada sobre a confusão que teria originado a briga que culminou na morte do filho, Maria Geralda acredita que ela tenha sido iniciada por amigos dele. “Me falaram que essa briga não era com Arleson. Disseram que começaram a brigar com outra pessoa e ele estava sentado na mesa quietinho lá. Na hora que ele viu que agrediram o outro, ele entrou. Mas esse outro saiu e o deixou sozinho. Eu tenho certeza que meu filho não usava drogas e também não era agressivo. Ele só tomava uma cervejinha de vez em quando. Você pode procurar em Fabriciano, de Barra Grande para cá, que todo mundo vai falar isso. Eu conversei e converso muito com os meus filhos. Eles nunca mexeram com coisas erradas”, garantiu a mãe do rapaz, ressaltando que “está todo mundo muito revoltado com a morte de Arleson”. “Ele trabalhava em uma fazenda perto da casa onde moramos. Capinava e plantava as coisas. Eu quero é justiça. Que façam justiça. Eu quero ver as pessoas pagarem por isso presas. Isso não vai trazê-lo de volta, mas se não acontecer vai continuar a mesma coisa. As pessoas matando e ninguém sendo preso. Eu sofri e estou sofrendo tanto com a perda do meu filho e não desejo para ninguém passar o que estou passando. Pra nunca acontecer mais com o filho de outro pessoa, eu quero que façam justiça. A de Deus eu sei que não falha”, reivindicou Maria Geralda.
Amigos
A mãe de Arleson, que tem outros três filhos, contou que conversou com os dois amigos que estavam com ele na festa apenas no dia que ficou sabendo do assassinato. “Eles vieram com os policiais para dar a notícia. Depois não vi nenhum dos dois mais. Um deles é até meio abobado, igual ao meu filho era mesmo. Os dois foram criados juntos. Acho que ele não está falando nada até de medo do outro. Esse outro todo mundo fala que é de se envolver em confusão”, revelou Maria Geralda. Ela ainda emendou: “Fazer justiça com as próprias mãos? Nem pensar. Nada vai trazer meu filho de volta, mas eu quero é justiça para que não façam isso mais com ninguém. É uma dor muito grande que estou sentindo e também não estou conseguindo me alimentar. Estou vivendo à base de remédios”.
Equívoco
Por último, Maria Geralda não descartou a hipótese de o filho ter sido assassinado em um equívoco. “Eu penso que ele pode ter sido atacado por engano. Ouvi comentários que eles queriam pegar era o outro rapaz, que estava implicando com outras pessoas. Mas aí pegaram meu filho que estava quietinho no canto dele”, finalizou a mãe de Arleson. O caso é investigado pela Polícia Civil de Mesquita. Informações sobre as circunstâncias nas quais o homicídio aconteceu podem ser repassadas ao disque-denúncia unificado da polícia, o 181. A garota que confessou ter matado Arleson prestou depoimento e foi liberada, uma vez que não há um Centro de Internação para Adolescente (Cia) na região
Fonte: JVA Online
0 comentários:
Postar um comentário