Em novo vídeo, atirador posa com armas e dá explicações para massacre

Nas fotos, ele aparece com as armas usadas no dia do massacre na escola em Realengo
Em vídeo inédito divulgado anteontem pela polícia do Rio, Wellington Menezes de Oliveira, de 24 anos, que matou 12 adolescentes no ataque a uma escola, em Realengo, no último dia 7, conclama seus "irmãos" - pessoas "humilhadas", às quais ele chama de "fiéis" - a se unirem contra os que cometem violência e discriminação - os "infiéis".
No vídeo de seis minutos, Wellington lê uma espécie de discurso, no qual diz que é contra a violência "injusta" e que não foi responsável pelas mortes. Ele se apresenta como vítima e como alguém que deu sua vida para "salvar os irmãos". "Eu tinha um emprego, tinha uma casa, tudo o que uma pessoa precisa para viver bem. Mas não poderia viver bem sabendo que vocês sofrem todos os dias nas mãos dos infiéis. Por isso resolvi fazer algo para balançar esse cenário cruel", afirma.
Em outros vídeos divulgados, o atirador relembra humilhações sofridas na escola, lê um esboço da carta que foi encontrada em seu corpo no dia do massacre, e diz que ajudaria "irmãos mais fracos". "Eu era agredido, humilhado, ridicularizado (...), mas o que mais me irrita hoje é saber que esse cenário vem se repetindo sem que nada seja feito contra essas pessoas covardes e cruéis", diz. O assassino culpa as "autoridades escolares" por cruzarem os braços diante do problema, e diz que, não fosse por isso, estaria vivo, assim como todos que matou. Em outra gravação, o atirador diz que quer que o "ocorrido sirva de lição".
Avó morre
Horas depois de saber notícias da neta, morreu na madrugada de ontem, a idosa Lina Martins, aos 92 anos, avó da menina Laryssa Silva Martins, uma das 12 crianças assassinadas na escola Tasso da Silveira. A família tentava poupar dona Lina da tragédia.
Governo indeniza
A Prefeitura do Rio confirmou ontem que vai pagar indenização às famílias das 12 crianças que morreram em decorrência do ataque à Escola Municipal Tasso da Silveira. "O que a prefeitura quer é indenizar e isso deve ser fechado nas próximas semanas. Por enquanto, não tenho mais detalhes", afirmou o prefeito Eduardo Paes (PMDB), em evento na Cidade de Deus, na zona Oeste.

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