Mercado de trabalho em Ipatinga desacelera

A redução de oferta de emprego na construção é atribuida ao término de algumas obras
IPATINGA - Principal polo gerador de emprego e renda do Vale do aço, Ipatinga está enfrentando uma queda nos índices de emprego. O último levantamento mensal feito pelo Ministério do Trabalho mostra que, no mês de março, o município ficou em 7º lugar na lista de contratações das 100 cidades economicamente mais importantes do Estado, com 3.527 admissões. O número, porém, não é tão animador se olhado por um outro ângulo. No mesmo mês, a cidade demitiu 3.875 trabalhadores, o que representa um saldo negativo de 348 pessoas desempregadas, colocando a cidade em penúltimo lugar na lista de evolução de emprego da Secretaria de Estado de Desenvolvimento Social (Sedese). Depois de Ipatinga, Passos é a cidade que mais demitiu, com um saldo negativo de menos 401 vagas de trabalho. Outras cidades da região como Fabriciano, Timóteo e Governador Valadares também tiveram um fraco desempenho na avaliação da Sedese.

SETORES
Ainda no mês passado, o setor que mais contratou em Ipatinga e Timóteo foi o de serviços. Em Coronel Fabriciano, o comércio foi o que mais abriu vagas para os trabalhadores. O mesmo setor, porém, foi o responsável pelo maior saldo negativo de Ipatinga no mês passado: 420 pessoas fora do mercado.

CONSTRUÇÃO
Outro setor em queda na região é o da construção civil. Embora Ipatinga tenha mantido o saldo positivo no número de contratações - foram 937 no mês passado - as outras cidades não tiveram o mesmo desempenho. Timóteo e Fabriciano tiveram, juntas, um saldo negativo de 80 demitidos na área.

DESACELERAÇÃO
Em Fabriciano, inclusive, a construção foi o ramo de atividade que registrou a maior negatividade do Vale do Aço: 96 contratados contra 162 demitidos. Douglas Prado, gerente de engenharia de uma construtora na cidade explica que o motivo da desaceleração é simples: o término de obras. Só em abril, após sua empresa concluir uma construção de médio porte, 50 operários foram mandados embora. 
Conforme Douglas, esses funcionários são chamados de volta quando surgem novas obras. Atualmente a empresa possui três canteiros em andamento, empregando uma média de 250 pessoas.

TAC
Em Ipatinga, 937 pessoas foram contratadas para trabalhar na construção civil em março. Embora não tenha registrado queda, esse número já foi bem maior em outras épocas. Além do fim de grandes obras, um outro fator que tem dificultado a construção na cidade é um Termo de Ajustamento de Conduta, assinado em abril do ano passado, que regulamenta a liberação de alvarás para construções no município. Desde então, construir um prédio na cidade exige que uma série de normas sejam cumpridas, como distâncias entre as divisas, separação de blocos e limite de pavimentos de acordo com o tamanho do lote. Por esse motivo, alguns construtores estão deixando de edificar no município.

QUALIFICAÇÃO
Ainda de acordo com Douglas Prado, um grande problema enfrentado por ele e por outros construtores é a falta de qualificação dos operários. Ele conta que, ao formar novas equipes, sempre precisa treiná-las antes do início dos trabalhos. Douglas diz ainda que carpinteiros e armadores são os profissionais que mais necessitam se aprimorar.

TRIMESTRE
Levando em consideração os três primeiros meses deste ano, os números negativos se tornam ainda maiores. Foram registradas, em Ipatinga, 11.411 admissões e 11.665 demissões de janeiro a março, o que representa um saldo negativo de 254 trabalhadores. No mesmo período do ano passado o número de contratações foi maior, as demissões foram menores e o saldo ficou positivo em mais de quatro mil pessoas. O resultado é uma queda de 18% na evolução dos empregos na cidade.
Timóteo ficou com o saldo negativo de 202 trabalhadores e Coronel Fabriciano foi a única das três principais cidades do Vale do Aço a registrar números positivos na geração de empregos no trimestre. Entre demissões e admissões a cidade teve 14 novos empregados. No ano passado, porém, o número foi bem maior: 313. fonte: Diário Popular

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