Casal é baleado em Ipatinga

IPATINGA – Um duplo homicídio por muito pouco não foi consumado na madrugada desta sexta-feira (3), em Ipatinga. O usuário de drogas Ronald Bruno Silva, de 23 anos, e a namorada, Vera Lúcia dos Reis, 42, foram baleados na Avenida José Anatólio Barbosa. Alvejado no peito, na cabeça, no pescoço e no braço esquerdo, o homem morreu ainda no local, antes que pudesse ser socorrido por uma ambulância do Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu). Já a mulher, que foi atingida no rosto e na perna direita, foi encaminhada ao Hospital Márcio Cunha (HMC) ainda com vida. 

As vítimas sofreram o atentado quando estavam em um bar. De acordo com o que o dono do estabelecimento informou à Polícia Militar, o casal tomava cerveja no local quando Ronald foi à rua e recebeu os tiros. Vera Lúcia ouviu os disparos e chegou à porta para ver o que havia acontecido. Ela se deparou com o companheiro já ferido e tentando entrar no bar. Ao ver a mulher, o atirador não titubeou e também tentou matá-la.

O casal caiu ensangüentado dentro do estabelecimento. Médicos do Samu verificaram que o homem já estava morto e socorreram a mulher ao HMC. Os disparos que a atingiram no rosto quebraram alguns dentes e fraturaram a mandíbula. 

O perito Matheus Sena, da Polícia Civil, realizou os trabalhos de praxe no local do assassinato e liberou que a funerária de plantão removesse o cadáver de Ronaldo ao Instituto Médico-Legal (IML). Já no final da manhã desta sexta, o corpo foi liberado para a família viabilizar velório e sepultamento.

Discussão  
Testemunhas revelaram à PM que Ronald e um homem não identificado discutiram próximo à Rua Uvas, ainda no Limoeiro. O indivíduo disse que iria buscar um revólver, o que não intimidou o usuário de drogas, que também teria afirmado que iria buscar uma arma de fogo. Tales Alves da Costa, 53, padrasto de Ronald, declarou que a família já esperava o trágico fim do rapaz. “Muitas pessoas estavam querendo matá-lo. Jurado de morte, meu enteado tinha envolvimento com drogas, bebia, ficava doidão e caçava encrenca com todo mundo. A mãe dele já esperava por isso”, contou o familiar, informando que Ronald também importunava muito a própria família. “Nós íamos desocupar a nossa casa para poder deixá-lo morando sozinho, pois não estávamos agüentando mais. Meu enteado era muito agressivo e já ameaçou a mãe dele com faca um punhado de vezes. Era muito rebelde e violento. Fora da droga era uma ótima pessoa, mas após usá-la ele se transformava”, revelou o padrasto.

33 dias internado 
Conforme Tales, Ronald chegou a freqüentar uma clínica para dependentes químicos em São Paulo. “Ele ficou 33 dias internado lá, mas veio para Ipatinga e falou que voltou para morrer aqui mesmo. Acabou que deu no que deu. Ronald estava tranqüilo e parecia que estava querendo melhorar, mas ficou alterado novamente com a droga. Pouco antes do homicídio, eu escutei uma discussão dele na rua, por volta da meia-noite e meia. Daí uns 10 minutos ouvi os tiros e fiquei sabendo que já haviam o matado. Ronald também vendia drogas”, relatou Tales, que ainda complementou: “Quando fui morar com a mãe de Ronald, ele estava com oito meses de idade. Eu o considerava como um filho, mas ele não considerava ninguém, nem a própria mãe dele, pois já a agrediu três vezes com faca, querendo matá-la. Não tinha consideração com ninguém”.

O padrasto contou ainda que o enteado tinha o costume de agredir a namorada Vera Lúcia. Investigações na Delegacia Adjunta de Crimes contra a Vida (DACcV) de Ipatinga poderão apontar o autor do assassinato. Qualquer pista sobre o crime pode ser repassada á polícia de forma anônima através do disque-denúncia 181. 

Fonte: JVA online

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