Dnit promete, porém não instala radar

A promessa do Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes (Dnit) de que até o fim de fevereiro quatro novos radares e um pardal para controle de velocidade estariam funcionando nos sete quilômetros da descida do Anel Rodoviário entre o bairro Betânia e o viaduto da avenida Amazonas não foi cumprida. 

O prazo termina hoje e apenas um dos equipamentos, instalado no KM 4,6 (altura do bairro Betânia), está registrando multas. O órgão não dá explicações para a demora e informa, segundo sua assessoria de comunicação, que até o fim desta semana os equipamentos estarão em operação. O reforço na fiscalização foi anunciado como medida emergencial depois que um acidente, há exatamente um mês, matou cinco pessoas na altura do bairro Betânia. 

As lombadas eletrônicas previstas para os KMs 1,3 (Olhos D’água), 6,5 (Industrial) sequer foram instaladas. Ontem, a reportagem de O TEMPO esteve nesses dois locais e constatou que apenas as bases de concreto onde as estruturas serão instaladas estão prontas. Já os dois equipamentos instalados no KM 3,9 (Vila Paraíso) e no KM 5,2 (acesso ao pátio do Detran) ainda não foram aferidos e, portanto, não registram os flagrantes. 

Após a tragédia do mês passado, a velocidade de caminhões foi reduzida de 70 km/h para 60 km/h. Os demais veículos podem circular a 80 km/h na rodovia e a 70 km/h nos trechos onde existem os radares.

Enquanto os novos equipamentos fixos de controle de velocidade não são instalados, a Polícia Militar Rodoviária Militar (PMRv) mantém a fiscalização com quatro equipamentos móveis. 

Um comitê formado por representantes da Prefeitura de Belo Horizonte, Dnit e PMRv foi escolhido para tratar de questões sobre a segurança na rodovia. O grupo, que tem previsão de se reunir uma vez por mês, discute medidas de segurança para a rodovia. Um novo encontro do grupo está previsto para hoje.

Até o final de março, o Dnit pretende aumentar para 18 o número de radares fixos no Anel. Atualmente, nove equipamentos, sendo oito lombadas e um pardal, estão em funcionamento. Os novos radares serão aferidos já com os limites atualizados de velocidade para caminhões.

Prisão. O caminhoneiro Leonardo Farias Hilário, 24, que dirigia o caminhão carregado de trigo que provocou o acidente no Anel, no último dia 28 de janeiro, está preso no Centro de Remanejamento de Presos (Ceresp) Gameleira.

Ele foi denunciado pelo Ministério Público Estadual (MPE) por homicídio com dolo eventual (quando a pessoa não tem a intenção de matar, mas assume o risco da morte). Isso pode levá-lo a júri popular, em data ainda não prevista. O motorista foi detido no dia da tragédia e chegou a ficar solto por aproximadamente 17 horas. No entanto, uma decisão do desembargador Alberto Deodato Neto, da 1ª Câmara Criminal do Tribunal de Justiça, anulou a soltura a pedido do MPE.
fonte: O Tempo

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