Compras coletivas e leilões virtuais movimentam as vendas pela internet


Um estudo do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada, o IPEA, mostrou que 12 milhões de brasileiros compram produtos e adquirem serviços pela internet. Os homens compram mais que as mulheres e os gastões têm entre 35 e 44 anos.
Na tela do computador, os preços são convidativos. O lance inicial para comprar um notebook é de 48 centavos. No leilão virtual, a TV LCD de 26 polegadas começa com lance de 46 centavos.
“Você tem a possibilidade de comprar um computador desses por 300, 350 reais, que se for numa loja normal está custando 2.500 reais”, diz Marcelo Lobianco, especialista em comércio digital.
Mas nem sempre esse negócio é vantajoso. Num leilão virtual, a primeira coisa que o participante tem que fazer é comprar créditos. Aí começam os lances. Para cada lance que ele der, ele gasta um crédito. O participante que der o maior lance leva o produto e paga por ele. O problema é que outros participantes que também deram lances, também gastaram créditos e não arremataram o produto, não têm esse dinheiro de volta.
“Ele pode comprar um computador num preço bem convidativo, mas todos os lances dele, se não forem os maiores, ele pode perder o dinheiro”, explica o especialista.
Fernando Nigri Wolff tem uma empresa de leilão virtual. Ele explica que durante o leilão, cada lance acrescenta apenas um centavo no valor produto. “Ele é uma forma de entretenimento com compra. Na frente existe um mecanismo de jogo e dentro o usuário efetua uma um compra.”
Matheus Cardoso da Silva conhece bem esses leilões virtuais. Chegou a gastar cem reais em lances. “No início foi legal que ganhei, foi interessante. Depois fui comprando mais, não ganhava, mas era divertido. Aí quando você começa: não estou ganhando nada, melhor frear um pouco, porque já é um gasto que você não estava esperando.”
Os riscos no comércio virtual não estão só nos leilões. Você já ouviu falar em clubes de compra coletiva? São empresas que oferecem grandes descontos em produtos e serviços. Mas é preciso um número mínimo de compradores para promoção começar a valer. Erica e Verônica são clientes fieis desses grupos.
“Já comprei viagem, já comprei revelação de foto, já comprei restaurante, o que eu mais compro é restaurante mesmo”, conta Erika Ferreira Massa, assistente de comércio exterior.
“Eu compro bastante coisa de estética, na verdade, drenagem linfática, aplicação de enzimas. Já comprei de viagens também”, comenta Verônica Martins Silva, assistente administrativa.
Não é só com a compulsão na internet que os consumidores precisam se preocupar.
A veterinária Luciana Forte tenta desde fevereiro viajar com o namorado. A viagem, que adquiriu num desses grupos de compras coletivas, seria para comemorar os quatros anos de namoro. “Eles dizem que não tem vagas, aí pedem pra ligar no mês seguinte, aí a gente liga, e aí eles falam que não têm. Pedem pra ligar no mês posterior e até agora a gente não conseguiu marcar.”
O Instituto Brasileiro de Defesa do Consumidor recomenda que o comprador:
- Verifique se a empresa que oferece o produto é confiável.
- Confirme o endereço, telefone e endereço eletrônico.
- Guarde cópias das páginas da internet com a oferta do produto e a efetivação da compra.
- Verifique se o desconto prometido vale a pena.
- Observe se o regulamento da promoção contém outras informações.
- Confira sempre se a página na Internet é segura.
“Os comentários dos consumidores é importante também. Você checar se algum cliente experimentou aquela oferta que você está comprando e qual foi a experiência dele. Se foi satisfatória”, alerta o especialista Marcelo Lobianco.
Se você se arrepender da compra feita na internet, você tem sete dias desde o recebimento do produto para pedir o dinheiro de volta. (Jornal Hoje)

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