Manifestação de professores diante da Prefeitura de Ipatinga

O protesto marcou o primeiro dia de greve da categoria, que conta com a adesão de 90% das escolas de Ipatinga, segundo o sindicato - Foto: Lairto Martins/JVA online
IPATNGA - Durante a tarde desta quarta-feira (8), o Sindicato Único dos Trabalhadores em Educação de Minas Gerais (Sind-UTE) promoveu uma manifestação em frente à porta da Prefeitura de Ipatinga. Acompanhados por um carro de som, cerca de 200 professores se concentraram diante do prédio municipal munidos de faixas e placas, exigindo que a administração local pague o Piso Salarial Profissional Nacional (PSPN) à categoria. 

A manifestação marcou o primeiro dia de greve dos trabalhadores em educação, que contou com a adesão de 90% das escolas de Ipatinga, segundo dados do sindicato. “A primeira reunião de negociação com a Prefeitura ocorreu em janeiro, e o encontro seguinte aconteceu apenas em maio, mas ainda não houve uma negociação favorável para o pagamento do nosso piso”, alega Leida Tavares, coordenadora do Departamento de Formação do Sind-UTE, referindo-se aos encontros realizados pela Comissão de Negociação do Piso Salarial (formada pelas secretarias municipais de Educação, Planejamento, Fazenda e Administração). “A Comissão analisou os gastos da Administração Municipal e chegou à conclusão de que há margem para o reajuste. Mas ainda assim a Prefeitura não fez proposta concreta para a categoria”, disse Leida.

Os professores reivindicam o pagamento do Piso Nacional, que é de R$ 1.596 para profissionais do nível médio. “A PMI foi notificada sobre a greve, e nas últimas 72 horas nós tentamos fazer mais uma reunião de negociação, que poderia ter evitado a consumação da paralisação. Porém, o secretariado ficou de agendar um encontro, mas estamos esperando por ele até hoje”, acrescentou Leida, destacando que apesar disso os professores vão se empenhar para que a paralisação não se prolongue. “A partir de agora vamos tentar marcar uma nova reunião para discutir o pagamento do piso. Esperamos ter uma resposta do prefeito o mais rápido possível, para que a greve acabe logo”, antecipou. 

Lei federal
Em abril, o Supremo Tribunal Federal (STF) determinou a validade da Lei do Piso Nacional do Magistério, que define o rendimento mínimo por 40h semanais de trabalho para professores da educação básica da rede pública. Conforme o sindicato, o valor pago atualmente é de R$ 1.187,14, não podendo ser inclusos gratificações e outros extras. “Ipatinga é a 7ª economia de Minas Gerais e uma das 50 cidades mais importantes do Brasil, então é claro que ela tem potencial para pagar o piso”, argumenta a representante do Sind-UTE. 
PMI diz que só negocia após o fim da greve
Por meio de nota, a Administração Municipal de Ipatinga informou no fim da tarde desta quarta-feira (8) que só vai se reunir com a classe após o encerramento do movimento iniciado no mesmo dia, “tendo em vista que até esta data estava sendo discutido o reajuste salarial dos servidores públicos e não o piso dos professores”.

A administração afirmou que foi surpreendida com a manifestação de última hora. A Secretaria de Educação de Ipatinga informou ainda que “as aulas da rede municipal continuam acontecendo normalmente, e que nas escolas municipais há professores comprometidos com o ensino e com os alunos. Não é pelo número menor de professores que as escolas municipais irão deixar de ter aulas”.







Fonte: JVA online

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