Avenida Pedro Linhares é a que mais registra acidentes em Ipatinga; rodovia é ligação para Belo Horizonte e também Bahia |
Entre todos os mortos nos acidentes do primeiro trimestre deste ano, a coincidência é que eles eram pedestres ou motociclistas e praticamente todos morreram em avenidas - a única morte registrada em rua foi no dia 20 de março, quando uma criança de seis anos foi atropelada no Veneza por um indivíduo supostamente embriagado. Os carros e as motos estiveram, respectivamente, à frente das ocorrências, sendo seguidos pelos caminhões e bicicletas, totalizando cerca de três mil veículos envolvidos. O ponto que registrou o maior número de ocorrências em Ipatinga foi a avenida Pedro Linhares, perímetro urbano da BR-381 que vai do bairro Horto até o Veneza, na saída para Governador Valadares. De janeiro até março deste ano foram 67 acidentes na via. A BR-458, outro trecho urbano de rodovia que passa por Ipatinga, teve 24 acidentes nesse período.
BAIRROS
O relatório da Prefeitura aponta também os locais críticos em termos de acidentes dentro dos bairros de Ipatinga. A avenida Selim José de Sales, no Canaã, fica em primeiro lugar na lista de ocorrências, com 42 acidentes. O Iguaçu aparece em segundo, com 36 ocorrências na avenida Brasil, seguido pelo Jardim Panorama. O relatório aponta, ainda, que é durante a tarde que os acidentes na cidade acontecem com mais frequência.
CAUSAS
A falta de atenção ao volante foi a maior causa de acidentes em Ipatinga, também de acordo com o estudo. Mais da metade das ocorrências - 57% - aconteceram por esse motivo. Desrespeito à sinalização, marcha ré inadequada, manobras mal feitas e ultrapassagens também contribuíram para as fatalidades.
Outro fator que complica o trânsito de Ipatinga é o aumento em sua frota. Nos últimos cinco anos, o número de carros no município aumentou mais de 40%, passando de cerca de 46 mil para 64.500 veículos. Já as motocicletas lideram este crescimento. De 2006 até abril deste ano, foi um aumento de mais de 90% no número de novas motos na cidade, isso sem contar as motonetas ? veículos pequenos, mais conhecidos como "motinhas", que possuem pequena cilindrada e atingem velocidades menores que as motos convencionais.
Segundo dados do Departamento Nacional de Trânsito (Denatram), Ipatinga possui um total de 110 mil veículos circulando em suas ruas. Mas o secretário da Sesuma, Rodrigo Resende, afirma que esse número é maior devido os chamados "veículos flutuantes", ou seja, aqueles que não são emplacados na cidade, mas circulam por aqui.
ESTACIONAMENTOS
Além dos acidentes, outra consequência do aumento da frota é a diminuição dos espaços para estacionar. E essa é a maior reclamação dos motoristas que precisam ir ao Centro de Ipatinga. A empresária Vânia Lúcia Ferreira conta que precisa adiantar a saída de casa para compensar o tempo em que fica procurando um local para deixar seu carro. Já o advogado Lúcio Moura apela para os estacionamentos privativos quando está com pressa.
Em Ipatinga, funciona o serviço do Faixa Azul, que consiste em tornar os estacionamentos do Centro e também do Horto, rotativos, fazendo com que haja uma desocupação das vagas nas vias. Porém, o serviço não tem sido o suficiente para liberar mais locais de estacionamento.
Sobre o problema, Rodrigo Resende afirmou que a Prefeitura tem buscado orientar a população sobre a não prática do individualismo. "É importante que as pessoas tenham consciência de utilizar a carona, o transporte coletivo, ou o transporte alternativo devidamente legalizado", diz. Ainda segundo Rodrigo, não há projeto para a construção de novos estacionamentos em Ipatinga, mas o secretário informou que existem conversas com a Departamento de Planejamento Urbano para que a questão seja avaliada.
Fonte: Diário Popular
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