Cobradores de ônibus em Ipatinga trabalham até 8 horas sem acesso a banheiro

A cobradora Geiziane: constrangimento
02-11-2011 10:38
IPATINGA - Os funcionários da empresa de transportes urbanos de Ipatinga, Autotrans, procuraram a reportagem do Diário Popular para reclamar da falta de acomodações adequadas e banheiros nos pontos finais de algumas linhas de ônibus. Os trabalhadores reivindicam a construção de um banheiro no ponto final do Hospital Márcio Cunha. Eles lembram que quando a empresa Águia Branca era responsável pelo transporte urbano na cidade existia um banheiro no local, mas desde que a Prefeitura Municipal de Ipatinga retirou um posto do departamento de Serviços Urbanos e Meio Ambiente (Sesuma), o banheiro foi desativado.

PROMESSA
Segundo o motorista da empresa e representante dos funcionários, Vanderson José, o atual prefeito Robson Gomes (PPS) se comprometeu por diversas vezes a construir um sanitário no local, mas nada ainda foi feito. "Participei de algumas reuniões com o Robson e expus para ele o problema. Ele me prometeu que resolveria tudo no prazo máximo de 15 dias, mas a promessa não foi cumprida. Sou representante da classe e tenho percebido o descaso com que a PMI tem tratado o nosso problema", declarou Vanderson.
O motorista afirmou ainda que a primeira promessa do prefeito foi feita há dois anos atrás. "A primeira conversa que tive com o Robson foi quando ele ainda era o prefeito interino e a última foi há dois meses. Na última conversa ele disse que em uma semana o banheiro seria instalado. Já conversei até com o secretário de Governo, mas parece que ninguém está preocupado. Estou passando como mentiroso para os meus colegas de trabalho porque lhes passei o recado e como a PMI não cumpriu, eles estão me cobrando", explicou.



No local que seria construído o banheiro, apenas um tronco de árvore como banco

CONSTRANGIMENTO

Quando os ônibus estão parados no ponto final do HMC, os funcionários utilizam o banheiro do hospital, mas os trabalhadores disseram que passam por constrangimentos porque funcionários do HMC dizem que o banheiro não pode ser usado por eles. "Sabemos que as pessoas do hospital não estão erradas, porque devíamos ter um banheiro exclusivo para nosso uso. E estamos lutando para isso, mas a batalha tem sido difícil", afirmou Vanderson José.
Para a cobradora Geiziane Gomes de Brito a situação é ainda pior. "Para os homens é mais fácil porque eles podem urinar nos lotes vagos e até mesmo no mato. Mas para nós mulheres não tem condição. Como podemos ficar 8h trabalhando direto sem poder ir ao banheiro? Isso pode nos causar até um problema de saúde e muitas vezes, quando vou ao banheiro do hospital, as moças falam que não podemos usar", declarou a cobradora. Aproximadamente 40% dos funcionários da empresa são mulheres.

IMPASSE
Os funcionários da empresa afirmam que a Autotrans não é a culpada pelo problema. "A empresa tem consciência do problema que estamos enfrentando e tem interesse em nos ajudar, mas a área é da Prefeitura e são eles que tem que disponibilizar o banheiro", explicou o representante dos funcionários da Autotrans, Vanderson José.
A assistente jurídica da empresa, Ezira Costa, informou que a Autotrans reconhece a reivindicação dos funcionários, mas que a demanda necessita de outros cuidados. Ezira afirmou ainda que a empresa não tem conhecimento das reuniões que funcionários tiveram com a Prefeitura e que as negociações que são feitas com a PMI são realizadas por meio de representantes das empresa, como diretores ou gerentes. "Não podemos construir em área da PMI ou particular e no momento não existe nenhuma negociação a respeito de obras no ponto final do Hospital Márcio Cunha", concluiu Ezira Costa.



Fonte: Diário Popular

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