Caro. Mineiro paga imposto muito alto sobre o etanol, o que torna o combustível pouco atrativo para os motoristas do Estado |
"Enquanto perdurar essa taxação de ICMS, o etanol não será competitivo em Minas", diz o presidente da Associação das Indústrias Sucroenergéticas de Minas Gerais (Siamig) e coordenador do Fórum Nacional Sucroenergético, Luiz Custódio Cotta Martins. No Estado, o Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Prestação de Serviços (ICMS) é de 22%, enquanto São Paulo cobra 12%, por exemplo.
Ele explica que com imposto alto, dificilmente o combustível derivado da cana será vantajoso em Minas Gerais, mesmo no auge da safra. "Pode ser em um posto ou outro, mas, no geral, não vai ser", afirma. Martins completa que por não ter preço atrativo, Minas não tem mercado para o etanol. De cada cinco litros de combustível vendidos, quatro são de gasolina e apenas um de álcool. Em São Paulo, a relação é inversa. Sem mercado, os produtores mineiros exportam para outros Estados 70% da produção de etanol.
Safra. A competitividade do etanol na maior parte dos Estados brasileiros, no entanto, pode durar menos do que o previsto. Ontem, os produtores divulgaram que a safra da cana será de 540 milhões de toneladas, 4,42% a menos do que as 565 milhões de toneladas previstas inicialmente e 3% menor do que a colheita do ano passado.
A queda é reflexo do pouco investimento em renovação do canavial desde a crise econômica global de 2008, que atingiu fortemente os produtores. Para garantir a boa produtividade, o ideal é renovar anualmente 20% da plantação, o que não tem sido feito. O resultado é que cada hectare vai render nesta safra 75 toneladas de cana, dez tonelada a menos do que a média histórica.Com menos produção, Custódio não prevê um bom cenário para os próximos anos. "Nos próximos três anos, a oferta deve ser menor do que a demanda", diz. Fonte: O Tempo
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