Reabertura do Siderúrgica ainda longe de acontecer

Durante audiência pública, funcionários do Hospital Siderúrgica e moradores de Fabriciano cobraram agilidade na reabertura
09-11-2011 19:33
FABRICIANO - Durante Audiência Pública na tarde de ontem (08), funcionários do Hospital Siderúrgica e moradores de Coronel Fabriciano pediram mais agilidade aos governantes na reabertura da unidade hospitalar. O pedido se intensificou depois que venceu o prazo dado pela Justiça do Trabalho para que os montantes relativos aos acertos rescisórios, recolhimentos previdenciários e indenizações de 40% sobre o FGTS e impostos não recolhidos, fossem informados. Os funcionários reclamaram que a data foi marcada, mas os responsáveis não se empenharam o suficiente e nada foi feito. "Onde estão os deputados eleitos no Vale do Aço? Primeiro a maternidade do Siderúrgica fechou. Depois, em 2008, o hospital fechou parcialmente e agora foi pior. A situação tem que ser resolvida o quanto antes. Espero que os deputados procurem o governo e lutem pela nossa causa porque não estamos pedindo favor. É uma obrigação deles fazer com que o hospital volte a funcionar", declarou Ângela Almeida de Oliveira, representante do Sindicato dos Trabalhadores da Saúde e funcionária do Hospital Siderúrgica.

LEILÃO

Como o prazo dado pela Justiça do Trabalho venceu, a partir de ontem, o Sindicato que representa os funcionários do hospital passa a ter direito de leiloar o patrimônio do Hospital Siderúrgica para que os acertos sejam feitos. Os trabalhadores não ficaram satisfeitos, pois acreditam que, mesmo com o possível leilão, o valor arrecadado não seria suficiente para quitar as dívidas trabalhistas. "Hoje [ontem] venceu o prazo, mas nada vai mudar porque mesmo que os bens do hospital sejam leiloados, não vai dar para pagar todos os funcionários. E como vai ficar a situação? O que esperamos é que depois dessa audiência as coisas melhorem e tenhamos respostas", cobrou Ângela Almeida.
Mais de 200 funcionários que trabalhavam no Hospital Siderúrgica estão desempregados e há meses não recebem salário.

DESAPROPRIAÇÃO

A solução encontrada para resolver o problema do Hospital Siderúrgica é a desapropriação do imóvel, que representa uma garantia para o pagamento dos direitos trabalhistas aos empregados da instituição. Mas segundo o presidente da Comissão de Saúde da Assembleia Legislativa, deputado Carlos Mosconi, vai demorar alguns meses para que o hospital seja desapropriado. "A decisão já foi tomada. É desapropriar o hospital e reabri-lo. Só que essa decisão é demorada por causa da burocracia. Toda a documentação tem que estar em ordem para que isso aconteça. Tudo isso pode levar meses, estamos procurando uma medida alternativa que não despreze a desapropriação, mas que dê condições para que o hospital seja reaberto rapidamente", afirmou Carlos Mosconi. 
O presidente da Comissão acredita ainda que nenhuma outra solução resolveria o problema do hospital. "Qualquer outra solução que não seja a desapropriação, não resolveria o problema. E um hospital desse porte não pode ficar fechado, porque além de prejudicar o atendimento, ele contamina o atendimento dos outros hospitais. O próximo passo é tentar marcar uma reunião amanhã ainda com o governo do Estado sobre a desapropriação", declarou o presidente da Comissão de Saúde da Assembleia Legislativa.

REABERTURA

Em setembro deste ano, o Governo do Estado anunciou que o hospital teria uma nova unidade mantenedora, a Sociedade Beneficente São Camilo, e também que investimentos da ordem de R$ 2 milhões seriam destinados ao Hospital Siderúrgica. A Sociedade São Camilo se pronunciou e informou anteriormente que assumiria o hospital depois que todas as dívidas fossem quitadas e todas as pendências estiverem resolvidas.
O deputado estadual Celinho do Sinttrocel (PCdoB) esteve na audiência pública e lembrou que a Sociedade São Camilo assumirá o hospital 90 dias depois da desapropriação. "A burocracia está grande e a São Camilo vai fazer o hospital voltar a funcionar 90 dias depois da desapropriação, mas a principal questão é que não temos data para quando será essa desapropriação", informou Celinho.



Fonte: Diário Popular

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