Carne de boi 30% mais cara assusta consumidor

No último ano, o brasileiro teve que engolir uma carne 29,64% mais cara. O aumento é cinco vezes maior que a inflação acumulada em 2010, que ficou em 5,91%, segundo o Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Se nos açougues o produto já está caro, nos supermercados está ainda mais. Tem picanha sendo vendida a R$ 53,99 o quilo, e filé mignon a R$ 44,90. Nas casas de carnes, os preços mais altos desses cortes são R$ 29,90 e R$ 37,90, respectivamente.
Os dados são baseados em levantamentos do site de pesquisas mercadomineiro.com.br, que não especifica se as carnes são importadas ou nacionais. "Os supermercados cobram mais, normalmente, porque muitas carnes são embaladas a vácuo", justifica o diretor-executivo do site, Feliciano Abreu.
Segundo o economista do Departamento Intersindical de Estatísticas e Estudos Socioeconômicos (Dieese), José Maurício Soares, os preços da carne bovina estão em alta porque, passado o auge da crise financeira, o Brasil voltou a exportar mais. "Quando os preços lá fora sobem, o mercado interno também reajusta. E o Brasil só não exportou mais porque não tinha boi para o abate".
A sócia do açougue Nobre e Afins, Eliza Alves Campos, lembra que, em julho de 2010, chegou a vender o quilo de filé mignon a R$ 16 e, agora, ele custa R$ 29. "Não deu tempo de os produtores recuperarem o rebanho e, por isso, a oferta está baixa, o que faz o preço subir. Isso é no caso do gado bovino, mas como a procura por suíno e frango aumenta, puxada por quem quer fugir desses aumentos, eles também ficam mais caros", afirma. O quilo do lombo, por exemplo, subiu de R$ 11 para R$ 14, desde julho. "Pelo que os produtores têm comentado, ainda vai demorar para uma queda significativa", destaca Eliza Alves.
Pesquisa
Segundo o site Mercado Mineiro, o preço médio da picanha é de R$ 23,73 nos açougues, e varia até 49,5% entre os casas de carne. Nos supermercados, é de R$ 36,73, e a variação chega a 117,7%

Churrasco também encarece
Quem trabalha com salgados e churrascos teve que repassar o aumento da carne de boi. "Segurei ao máximo, mas, no fim do ano, tive que aumentar o cento do espetinho de filé de R$ 60 para R$ 70", conta Gilvane Santos, dona de buffet. Sérgio Camargos, da empresa de churrasco Churbon, também reajustou, passando o valor do churrasco de R$ 29 para R$ 43. "Muita gente prefere contratar churrasqueiro, pois comprar individualmente está muito caro". (QA)
fonte: O tempo

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