COVARIDA: Bebê é usado como escudo e é baleado na cabeça

Travesti pegou menina no colo para tentar fazer assassinos desistirem do crime, mas acabou morto em Lagoa Santa

Uma menina de 2 anos foi baleada na cabeça após uma travesti, de 18, usá-la para se defender de bandidos. A criança está internada em estado grave. A travesti morreu na hora após ser atingida com dois tiros na cabeça. A avó da menor também foi atingida por um tiro de raspão. O crime aconteceu, na madrugada de ontem, em Lagoa Santa, na região metropolitana. Nenhum suspeito foi preso. A polícia acredita que o homicídio esteja relacionado ao tráfico de drogas na região.
De acordo com o soldado Igor Câmara, da 181ª Companhia do 36º Batalhão da Polícia Militar, por volta da meia noite, dois homens em uma moto, usando capacetes, foram até a casa onde a vítima estava, no bairro Vila Nossa Senhora de Lourdes. No local, um dos suspeitos bateu na porta da residência e chamou a vítima pelo nome.
Ao se identificar, Felipe Roberto de Freitas Silva, de 18 anos, foi surpreendido por um homem que estava com uma arma na mão que o ameaçou de morte. Apavorado, Silva saiu correndo para dentro da casa e pegou a criança no colo, tentando se defender dos bandidos. Ainda de acordo com PM, a avó da criança a professora Ana Maria Ferreira, de 43 anos, tentou tirar a menina do jovem e acabou sendo baleada de raspão na perna. Conforme o soldado, a avó contou que ele pegou a criança achando que, assim, o suspeito não iria matá-lo. O homem disparou três tiros. Um acertou na cabeça da menina e os outros dois, a cabeça de Silva que morreu no local.
Segundo a PM, após o homicídio, o suspeito fugiu com a ajuda do comparsa e, até a tarde de ontem, ninguém havia sido localizado.
Após o crime, a mãe da criança, Mayara Leusiane Ferreira de Moura, que estava na casa, acionou a polícia. A avó e a neta foram levadas para o Hospital Pronto Socorro João XXIII, onde permanecem internadas. O estado de saúde da avó é estável, já a menina permanecia em estado grave na Unidade de Tratamento Intensivo (UTI) pediátrica do hospital.
Ainda de acordo com a PM, na casa das vítimas, foram encontrados nove pedras de crack e material para embalagem de droga. Silva tinha passagem pela polícia por tráfico.
Os militares também informaram que a casa já havia sido denunciada por moradores por suspeita de funcionar como ponto de venda de drogas e estava sendo investigada pela Polícia Civil.
O pai da vítima, Marcos Roberto Silva, relatou aos policiais que o filho já havia se envolvido com drogas no passado e andava com más companhias. Por isso, existe a suspeita de que o homicídio tenha sido motivado por acerto de contas.
Medo
Moradores estavam com medo porque era frequente a movimentação de pessoas estranhas na casa onde o crime aconteceu. Vizinhos contavam que evitavam ficar na rua à noite, pois era comum motoqueiros supostamente armados vigiando o local.

Vizinhos falam sobre a família

Na casa onde o crime aconteceu, no bairro Nossa Senhora de Lourdes, moravam mãe, filha e a neta de 2 anos. Segundo vizinhos, que por medo de represálias não quiseram se identificar, a mãe da criança seria muito amiga de Silva e também estaria envolvida com o tráfico de drogas na região. Moradores disseram que a jovem chegou a ficar escondida em outro bairro, com medo de represálias por conta do suposto envolvimento com as drogas.
Outra moradora lamentou o crime. "Conheço bem a Ana (avó da criança) e sei que ela é uma mulher trabalhadora e não merecia passar por uma situação dessas. Ainda mais que ela é apaixonada com a neta", disse.
O pai da menina, o marceneiro Pedro Henrique Santos Oliveira, de 28 anos, esteve na manhã de ontem no Hospital de Pronto Socorro João XXIII, e estava muito abalado com a notícia.
O marceneiro evitou falar com a imprensa, mas disse que estava trabalhando, durante a madrugada, quando ficou sabendo que a filha tinha sido baleada na cabeça.
"Quando fiquei sabendo da história não acreditei, só espero que minha filha fique bem. Não tenho mais o que falar", disse. (JA)


Fonte: Super Noticia