Greve paralisa escolas de Ipatinga

As aulas na escola municipal Arthur  Bernardes foram interrompidasFoto: Diário Popular
IPATINGA - Acompanhando um movimento que acontece em t odoo Estado, os professores da rede municipal deram início ontem (8) a uma greve por tempo indeterminado, com o objetivo de conseguir, junto à Administração, o pagamento do piso nacional para a categoria.
Na tarde desta quarta-feira, centenas de servidores se aglomeraram na porta do prédio da Prefeitura e, com a ajuda de um carro de som e tambores, pediram negociações com a Prefeitura.
A coordenadora do Departamento de Formação do Sindicato Único dos Trabalhadores em Educação (Sind-UTE), Leida Tavares, explicou que os professores vêm tentando negociar com a Administração desde o início do ano, quando uma comissão formada por membros do Governo e do Sindicato foi criada para tratar da questão do piso salarial da categoria.

LRF
A alegação do Executivo era de que não havia condições de se pagar o valor solicitado para não comprometer a Lei de Responsabilidade Fiscal. Porém, no último encontro da comissão, no fim do mês passado, os trabalhadores apresentaram um estudo sobre as finanças da Prefeitura, e concluíram que, se a receita do município em 2011 se mantivesse igual a do ano passado, haveria margem para a concessão do aumento.
De acordo com o Sindicato, a Administração foi notificada sobre a greve na última sexta-feira (3), quando também foi solicitada uma nova reunião, que não aconteceu.

LEI DO PISO
A manifestação serviu também para pedir que seja cumprida na cidade a Lei do Piso, que estabelece que nenhum professor pode receber menos do que o Piso Nacional - atualmente no valor de R$ 1.187,14 - por uma carga de trabalho de 40 horas. Neste valor, não poderiam ser incluídos benefícios extras.
No início de abril, o Supremo Tribunal Federal decidiu manter integralmente o texto, que havia sido promulgada em 2008. Segundo o Sind-UTE, esta lei, que vale para todo o país, até agora não está valendo em Ipatinga.

RETORNO
Durante a manifestação, os professores declararam que o movimento só terá fim quando a Prefeitura elaborar um projeto de lei contendo os valores dos reajustes salariais e encaminhá-lo ao Legislativo. "Não vamos aceitar mais Termos de Ajustamento ou outros tipos de acordo", disse Leida Tavares.

SURPRESA
Em contrapartida, a Administração Municipal informou que foi surpreendida pelo movimento e classificou o protesto como "manifestação de última hora". Informou também que só irá se reunir com a classe após o encerramento da greve iniciada ontem, pois até então estava discutindo o reajuste salarial dos servidores públicos, e não o piso dos professores.
Sobre a reposição das aulas, Leida afirmou que ela será feita e que não é objetivo do Sindicato prejudicar os alunos. Por isso, pediu paciência aos pais e estudantes.

AULAS
A Secretaria de Educação informou, também por meio de nota, que as aulas da rede municipal estão acontecendo normalmente e que nas escolas de Ipatinga existem professores comprometidos com o ensino e com os alunos. Orientou ainda que os pais procurem a escola de seus filhos.
Porém, a reportagem do "Diário Popular" apurou que alguns estabelecimentos de ensino da cidade aderiram ao movimento e não funcionaram nesta quarta-feira. A escola municipal Arthur Bernardes, uma das maiores de Ipatinga, não recebeu alunos em nenhum de seus turnos. Em frente a ela, na Escola Municipal Hugo Duarte Coutinho, a situação foi idêntica.

GREVE ESTADUAL
Também foi iniciada ontem a greve da rede estadual de ensino de Minas Gerais, motivada pelos mesmos motivos da paralisação em Ipatinga. 
Nesta quarta, cerca de cinco mil trabalhadores de todas as regiões do Estado participaram de um encontro coordenado pelo Sind-UTE no pátio da Assembleia Legislativa de Minas Gerais (ALMG), em Belo Horizonte. Após a assembleia, os manifestantes caminharam para a Praça Sete, no Centro da capital.
Em Ipatinga, não foi divulgada a porcentagem de escolas estaduais que aderiram à greve. Mas o colégio João XXIII, no bairro Iguaçu e um dos maiores da cidade, manteve suas atividades normalmente e informou que não há previsão de adesão à greve dos professores.

REAJUSTE SALARIAL

Governo chega a acordo com PM e Bombeiros
Como resultado do diálogo com representantes da área de segurança pública e tendo em vista a capacidade financeira do Estado, o Governo de Minas e representantes da Polícia Militar e do Corpo de Bombeiros chegaram nesta quarta-feira (8) a um acordo para reajustes salariais da categoria para os próximos 5 anos. O primeiro reajuste ocorrerá já em outubro de 2011 e será de 10%. A partir daí, o cronograma de reajustes será o seguinte:

Outubro de 2012 - 12%
Outubro de 2013 - 10%
Julho de 2014 - 15%
Dezembro de 2014 - 12%
Abril de 2015 - 15%


Os reajustes, que estão enquadrados na Lei de Responsabilidade Fiscal, serão extensivos aos setores administrativos das corporações. 

Fonte: Diário Popular

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