"MULHER ARANHA" - Família pede socorro "Se nada for feito agora, minha filha vai morrer"

A dona-de-casa teve que se mudar com a família pelo menos seis vezes desde que chegou à Ipatinga vinda de outra cidade
IPATINGA - Vivendo no anonimato. Essa é a realidade vivida pela família da menor de 16 anos, usuária de crack, que ficou conhecida em Ipatinga como 'mulher aranha', tamanha a capacidade de entrar em casas para furtar. A menor foi apreendida 26 vezes nos últimos dias.
Durante entrevista à reportagem do DIÁRIO POPULAR, na manhã de sexta-feira (12), a dona-de-casa pediu para não revelar seu nome e nem seu rosto por conta das várias ameaças de morte que recebeu de traficantes de drogas. A filha dela vive na rua há pelo menos três anos, desde que passou a fazer uso constante de droga.
"Minha filha tinha 13 anos e era uma morena bonita. Ela começou a traficar para um homem que prometeu fazer dela uma modelo internacional. Nessa época, morávamos em Paraopeba. Só soubemos da situação quando ela foi presa pela Polícia Militar com uma grande quantidade de droga", contou a mãe.
Numa atitude desesperada, a mulher lembra que chegou a acorrentar a filha em casa para tentar evitar que ela saísse para se drogar. Atualmente, a situação piorou e a menina já tentou matar a mãe quando ela entregou para a PM produtos de furto que estavam escondidos no quarto dela.
Desde que chegou em Ipatinga, cidade que a família escolheu para recomeçar a vida quando foi incluída num programa de proteção a testemunhas, a mulher disse que só teve seis meses de paz.
"Quando o Conselho Tutelar nos entregou a menina, com três dias ela arrumou confusão com um traficante chamado 'Fael', no Nova Esperança. Depois disso mudamos e não tivemos mais sossego. Toda casa que nós alugávamos ela descobria, e assim também os traficantes", relatou.
As coisas começaram a piorar quando os traficantes incendiaram e picharam as duas últimas casas em que a família morou. 
"Meu marido e filho mais velho trabalham fora no trecho, só que não temos dinheiro para as despesas porque estamos pagando a reforma das casas que alugamos. Tenho medo que os meus filhos paguem pelo erro da irmã. Tive que pedir ao Conselho Tutelar para abrigar meu filho de dois anos e os outros de 5 e 12 anos. Há 30 dias não tenho gás de cozinha para fazer comida. A situação chegou ao limite, estou indo embora de novo para evitar que minha família seja morta", falou em meio às lágrimas.

INTERNAÇÃO
Em busca de uma vaga para a internação de sua filha, a dona-de-casa esteve em um município mineiro na última quarta-feira (10). De posse do histórico de atos infracionais da filha, a dona-de-casa conseguiu uma vaga para sua internação compulsória. 
O local em que a garota vai ser internada e para onde a família vai mudar foi mantido em segredo pela Polícia Militar. A intenção é evitar que os traficantes saibam o novo destino deles.
Contudo, nada vai ser resolvido se o Ministério Público e o Judiciário não pedirem a internação da adolescente. "Se nada for feito agora, minha filha vai morrer. Não quero que eles me entreguem o corpo da minha filha. Meu filho mais velho vê o meu sofrimento. Ele disse que não aguenta mais essa vida, e que se nada for feito para nos ajudar, vão fazer justiça com as próprias mãos. Não posso aceitar um fratricídio dentro da minha família. Imploro para que alguma coisa seja feita em favor da minha filha", pediu.

Fonte: Diário Popular 

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