Mais um hospital ameaça fechar na região

Desta vez, é o Hospital Nossa Senhora Auxiliadora que corre o risco de fechar após acumular uma dívida superior a R$ 2,5 milhões.


O hospital de Caratinga, é mais um a entrar na lista das instituições de saúde da região que ameaçam fechar. Alguns moradores questionam a qualidade do serviço prestado. Dona Lúcia Cândida de Freitas, tem um filho com Síndrome de Down. Rafael chegou ao hospital com suspeita de AVC (Acidente Vascular Cerebral). Ele teria sido atendido mas liberado em poucas horas. A receita médica mostra: foram prescritos paracetamol e As, que são medicamentos para dor e febre. Ao persistirem os sintomas em casa, a mãe levou o filho para o Hospital Márcio Cunha, em Ipatinga, com ajuda de um parente. Ele ficou 28 dias internado, passou por cirurgia e atualmente, precisa de fisioterapia diariamente. A dona de casa disse que o médico que atendeu seu filho falou que caso ela não o tivesse levado para outro hospital, com certeza teria morrido.

Nos corredores do ambulatório do hospital, uma senhora estava sendo atendida e os profissionais se esforçam para dar qualidade ao atendimento. A estrutura, já notificada pela vigilância sanitária, não é adequada, os corredores são muito estreitos, o banheiro está com infiltração, as paredes descascando e a sala de emergência é bem equipada mas não possui espaço adequado para os procedimentos. São realizados por mês, no local, 1800 atendimentos. Algumas pessoas saem de outras 14 cidades da microrregião de Caratinga, porque nesses locais nem sempre há postos de saúde prontos para o atendimento. Dona Jacinta Consolação Fernandes, dona de casa, e a mãe, saíram de São Domingo das Dores. Ela não gosta nem de imaginar o fechamento do Hospital Nossa Senhora Auxiliadora. Segundo a dona de casa, não tem condição financeira de pager por uma consulta caso o hospital venha a fechar.

Há uma média de 600 internações por mês e isso aumenta os gastos. Segundo a administração, o SUS (Sistema Único de Saúde) repassa apenas 60% do valor dos custos. O administrador, Cláudio de Oliveira Paiva, explica que a verba repassada é um absurdo para poder manter o hospital de portas abertas, pois é pouco e que por isso, acumula déficits mensais que estavam sufocando a instituição, o que contribuiu para a situação atual.

Soluções

Serão aplicadas duas soluções para tentar minimizar os problemas do Hospital Nossa Senhora Auxiliadora. Criar um incremento financeiro, com doações de todos os municípios que utilizam os serviços prestados, para assim diminuir o déficit que há na instituição e a transferência de todos os atendimentos ambulatoriais para um espaço que pertence a prefeitura da cidade, o PAM, que é o Pronto Atendimento Municipal. As demandas de urgência e emergência seriam realizadas pelos profissionais do município. Os recursos de todas as prefeituras, além da de Caratinga, iriam para este setor. O ambulatório do hospital deixaria de existir, o que seria um gasto a menos para a instituição. Em uma reunião, soluções para dívida que chega a R$ 2,5 milhões e possui um déficit de R$ 150 mil por mês, foram discutidas. De acordo com Thales Edson Chaves, secretário municipal de saúde, a ideia é de juntar pessoas para reivindicar mais recursos junto ao secretário do estado de saúde.

Na última sexta-feira, representantes da secretaria de estado de saúde estiveram no hospital de Caratinga. Foi solicitado um levantamento da situação financeira da instituição e a previsão é de que o relatório fique pronto na próxima semana. A partir da conclusão, o governo vai estudar medidas para impedir a suspensão dos atendimentos de urgência e emergência do hospital.

Fonte: In360

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