Menina de 15 anos teria organizado a festa "American Pie"

06-08-2011 - 11:24

Cristiane Ferreira concedeu entrevista coletivo em seu apartamento, no Bairro Estoril
A festa "American Pie", onde teriam sido servidas bebidas alcoólicas e drogas a adolescentes, no último dia 22 de julho, teria sido organizada por três adolescentes. A informação foi dada nesta sexta-feira (5) pela fotógrafa Cristiane Reynaldo Ferreira, de 35 anos. A mulher, que está sendo indiciada por aliciamento de menores e por permitir o consumo de bebidas por adolescentes, concedeu entrevista coletiva em seu apartamento, no Bairro Estorial, na Região Oeste de Belo Horizonte.

Cristiane Reynaldo Ferreira disse que apenas alugou o espaço onde a festa seria realizada, que teria custado R$ 850, além de ter contratado seguranças e o barman. Os demais preparativos teriam ficado a cargo de sua filha, de 15 anos, e de seus colegas, sendo um adulto. “Foi uma festa de confraternização. Minha filha conhece muita gente. O evento não foi feito para arrecadar dinheiro”, defendeu-se Cristiane.

A mulher contou que na noite da festa foi até uma livraria, no BH Shopping, onde teria imprimido um cartaz informando que o consumo de bebidas alcoólicas para menores era proibida. O informativo teria sido afixado no local do evento. A identificação da faixa etária teria sido feita por meio de pulseiras vermelhas e brancas.

Na próxima semana, os comissários do Juizado da Infância e Juventude que estiveram na festa “American Pie” serão  ouvidos pelo delegado Felipe Falles, da Delegacia Proteção à Criança e ao Adolescente (DEPCA). Segundo o policial, foram descartados a realização de strip-tease e o uso de drogas no evento.

Bebida com drogas

Durante a coletiva, Cristiane Ferreira disse desconhecer a necessidade de um alvará para realização da festa. Ela alegou que não é possível controlar adolescentes para barrar totalmente o consumo de bebidas alcoólicas durante qualquer evento. "Todo mundo sabe que em festas os adultos acabam pegando bebida para os amigos menores de idade. O barman não pode ter este controle. Eu ainda pedi aos seguranças que não deixassem ninguém entrar com bebidas. Eu mesma barrei um menino que queria entrar com uma garrafa de uísque". Segundo a fotógrafa, a orientação era servir refrigerante e energético para os menores de 18 anos, e cerveja e vodka para os maiores de idade.

Cristiane disse que viu o flyer, feito por um amigo de sua filha, e não achou nada demais. E que desconhece a existência, na festa, de uma bebida misturada com cocaína, apelidada de “coquinha”. “Se teve a denúncia, por quê a polícia não recolheu a bebida?”, indignou-se. 

A fotógrafa disse acreditar que as denúncias tenham partido de vizinhos que não gostam do movimento intenso de adolescentes, amigos de sua filha, em seu apartamento. A fotógrafa ressaltou que não tem inimigos, mas algumas desavenças. “É um absurdo a Imprensa me chamar de pedófila. Eu gosto de ficar perto da minha filha e por isso prefiro que os amigos dela frequentem minha casa do que ela ir para a rua. Vou sempre ficar perto da minha filha. Não estou nem deixando ela ler os jornais por causa dos absurdos que a Imprensa está divulgando. Estão me chamando de “Cristiane F” e minha filha veio me perguntar o por quê. Detesto drogas e jamais permitira o uso disso em festas”, desabafou.

A mulher negou que o ex-marido seja usuário de drogas e que estava internado em função de uma depressão. Cristiane disse que separou-se há cinco meses, após 20 anos de casamento. Ela tem uma filha de 15 e um menino de 10 anos.

Realizada no dia 22 de julho, a festa terminou com a condução de 109 adolescentes ao Juizado da Infância e Juventude após denúncia de que eles estariam consumindo bebida alcoólica no evento.

Fonte: Hoje em Dia

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