RELIGIÃO: Católicos se mobilizam pela saída de padre "intransigente" na capital

Um grupo de aproximadamente 50 moradores lidera um movimento que pede a saída do padre Carlos Henrique Corrêa Senna da paróquia Nossa Senhora da Paz, no bairro Cachoeirinha, na região Nordeste da capital. Eles reclamam de mudanças que o padre teria feito na igreja e de desrespeito aos fiéis. Apesar das críticas, a Arquidiocese de Belo Horizonte vai manter o religioso no cargo.

Padre Carlos está no bairro Cachoeirinha há dois anos, quando foi transferido da paróquia Maria Serva do Senhor, localizada no Alípio de Melo (Pampulha). O publicitário Christiano Noronha, que afirma ter sido afastado da coordenação da Pastoral da Crisma sem justificativa, diz que o pároco é "intransigente" e "avesso ao diálogo".

Segundo Noronha, pelo menos dez pessoas que colaboravam nas iniciativas e pastorais da igreja há vários anos foram dispensadas sem maiores explicações. "Comigo, ele só disse que não queria mais me ver no altar", afirma.

A estudante Juliana Pimenta, que deixou de ir às missas na comunidade, diz que, quando uma criança chora durante a missa, o padre pede aos pais que saiam do templo com o filho. "Deixei de frequentar a igreja porque não vou lá para ver as pessoas serem humilhadas e desrespeitadas".

Outro lado. Desde maio, os católicos insatisfeitos com a postura do padre Carlos Henrique Corrêa Senna pedem à Arquidiocese de Belo Horizonte que afaste o padre da paróquia.

Na terça-feira, o bispo auxiliar dom Joaquim Mol encaminhou um e-mail aos representantes em que afirma ter chegado à conclusão de que o padre vai continuar no bairro. Dom Mol declara, na mensagem, que se reuniu com dois grupos de fiéis da paróquia, além do próprio padre e outros bispos, para discutir o problema. Ele também diz ter lido correspondências e homilias pronunciadas pelo pároco e transcritas por uma paroquiana.

Por meio da assessoria de imprensa, a arquidiocese informou que o padre não vai se pronunciar para não dar mais visibilidade aos atritos. O setor de comunicação afirma que a manifestação parte de um grupo pequeno e que não representa a vontade da comunidade como um todo.

Os líderes do grupo vão manter o movimento, mesmo após a resposta de dom Mol. Eles planejam colocar faixas no Cachoeirinha repudiando as atitudes do padre.








Arquidiocese confirma que pároco grava missas
Os moradores do bairro Cachoeirinha que pedem a transferência do padre Carlos Henrique Corrêa Senna da paróquia Nossa Senhora da Paz dizem que ele começou a filmar as missas após a chegada das reclamações à Arquidiocese de Belo Horizonte.

"Nas últimas semanas, ele passou a ser mais cuidadoso com as palavras. Está evitando dizer frases polêmicas como fazia antes", afirma Christiano Noronha, um dos fiéis que se afastaram da igreja por causa do padre.

Por meio da assessoria de imprensa, a entidade que representa a Igreja Católica na capital confirmou que o pároco tem registrado as celebrações em vídeo, mas que o material será usado pelo religioso para escrever um livro.

Ainda segundo a assessoria, a arquidiocese recebeu ligações de moradores que são favoráveis ao padre Carlos, e o religioso já teria sido deslocado para outra paróquia se fosse rejeitado pela comunidade. (JT)
Fonte: O Tempo

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