Com aumento de impostos, cerveja está 10% mais cara

O happy hour e o encontro do fim de semana com os amigos já está mais pensado no bolso do consumidor. Em alguns bares da capital mineira, a cerveja, uma das bebidas mais apreciadas pelo belo-horizontino, está até 10% mais cara. A estimativa é do presidente do Sindicato de Hotéis, Restaurantes, Bares e Similares de Belo Horizonte e Região Metropolitana (Sindhorb), Paulo Pedrosa.

A alta se deve à mudança no cálculo de impostos sobre as chamadas bebidas frias - cerveja, refrigerante, água, isotônico e energético -, que acarretou um aumento médio de 15% na tabela usada como referência, desde o último dia 4.

O dirigente afirma que os repasses da indústria para o varejo são imediatos. "Quem está recebendo as bebidas já está pagando mais. É o efeito dominó. A alta varia de 7% a 10%", diz. Ele frisa que, em razão do mercado competitivo, bares e restaurantes têm usado estratégias diferenciadas para fazer os repasses, que chegam a ser parcelados.

De acordo com Pedrosa, dependendo do tipo de estabelecimento e da localização, a garrafa de 600ml da cerveja, excluindo as importadas e especiais, variava, antes do aumento, de R$3 a R$ 6. Valores que agora estão defasados.

O superintendente do Sindicato da Indústria de Cervejas e Bebidas em Geral do Estado de Minas Gerais (Sindibebidas-MG), Cristiano Lamêgo, ressalta que os impactos são diferenciados assim como os percentuais de repasse. Para ele, o varejo deverá pagar de 9% a 10% a mais pelas bebidas.
Lamêgo observa que, graças aos estoques, o impacto poderá não ser sentido de imediato, mas não deve passar deste mês.

Ele também fez questão de salientar que as artesanais poderão praticar preços até 12% mais altos, pois têm mais dificuldade de absorver a elevação dos tributos. O sindicato representa 880 empresas do setor de bebidas em Minas Gerais, sendo 12 microcervejarias.

O diretor de Relações Corporativas da Heineken Brasil, Paulo Macedo, afirma que não há como avaliar o impacto da alteração da cobrança do imposto no mercado enquanto as tabelas de preços não forem publicadas. "O que vai definir como cada companhia vai reagir com suas margens de lucro vai depender, além das estratégias de mercado, de sua capacidade financeira. Cerveja é um produto extremamente sensível à variação de preços; uma mudança de centavos pode influenciar na escolha do consumidor por uma marca ou outra. No entanto, somente a partir dos próximos dias vamos conseguir fazer qualquer tipo de previsão", diz.

O presidente do Sindicato Nacional da Indústria da Cerveja (Sindicerv), Gilmar Viana, também disse que não dá para falar sobre os reflexos do incremento da carga tributária para a atividade. "Estamos fazendo a análise dos impactos", afirma.

Nos supermercados do Estado, a alta no preço das bebidas frias ainda não foi sentida, segundo o superintendente da Associação Mineira de Supermercados (Amis), Adilson Rodrigues. "Mas, com certeza, ele vai chegar. O impacto poderá não ser de imediato. Vai depender dos estoques e das estratégias adotadas por cada empresa", observa. Para ele, do aumento médio de 15% na tabela usada como referência no cálculo do imposto, o consumidor final deve acabar bancando 5%.

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